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Ibama avalia danos ambientais ao Maciço do Urucum pelos impactos da mineração e de outras intervenções industriais e agropecuárias na região

Maciço do Urucum, em foto de Haroldo Palo Jr.
Maciço do Urucum, em foto de Haroldo Palo Jr.

Técnicos da área de licenciamento do Ibama de Brasília e de Mato Grosso do Sul se reuniram ontem em Campo Grande para definir regras de um novo estudo de problemas ambientais com o córrego Urucum em Corumbá, que está em risco. O córrego está secando e pode desaparecer.

Vista aérea do Maciço do Urucum. Foto do Blog Bonito Pantanal
Vista aérea do Maciço do Urucum. Foto do Blog Bonito Pantanal

Na reunião será discutido esse e outros riscos de contaminação em outras fontes de água no município de Corumbá, causados pelos impactos da mineração e de outras intervenções industriais e agropecuárias na região.

O termo de referência que sairá desta reunião vai indicar as novas diretrizes para ações futuras do Ibama na região onde se concentram as maiores jazidas de minério de ferro de interesse comercial – o Maciço de Urucum em Corumbá.

Participam também da reunião técnicos do Imasul – Instituto do Meio ambiente do Mato Grosso do Sul, do Departamento Nacional de Produção Mineral, do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da ANA – Agência Nacional de Águas.

A Mineração Urucum, uma das empresas que opera no Maciço, em cuja área está localizado o córrego Urucum, já foi multada por descumprir medidas contidas na licença de operação da empresa registrada no Ibama.

Após a multa a empresa aceitou assinar um TAC – Termo de Ajustamento e Conduta com o Ibama, o Ministério Público Estadual e o Departamento Nacional de Produção Mineral. A maior parte das medidas contidas no TAC foi adotada pela mineradora, mas o risco de desaparecimento do córrego Urucum permanece.

Por causa disso, a área técnica do Ibama está avaliando o conjunto de medidas adotadas até agora pela mineradora para estancar o processo de secagem das águas do córrego Urucum. O desaparecimento do córrego é objeto também de dois inquéritos ambientais civis que estão em mãos da Promotoria de Meio Ambiente de Corumbá.

Dentre as medidas adotadas pela Mineradora Urucum que constam do licenciamento, estão o bombeamento de água de volta para o córrego, a implantação de um sistema completo de coleta e distribuição de água ao longo de suas margens para atender a população ribeirinha que reside no local, e a recomposição de mata ciliar às margens do Urucum

Mas um outro córrego localizado nessa mesma área também está em observação pelos técnicos -, é o Arigolândia, cuja análise da água apresentou altos teores de manganêz e ferro.

Para os analistas toda essa região que engloba a Morraria de Urucum precisa ser melhor estudada e monitorada já quer abriga uma série de nascentes. que vão formar a bacia hidrogáfica do município de Corumbá.

Eles consideram que o principal impacto já sentido na região é a diminuição da vazão de água dos córregos que formam essa micro-bacia. E vale lembrar que hoje as mineradoras consomem 3 vezes mais água na produção de minério de ferro do que todo o consumo de água da cidade de Corumbá, que tem mais de 90 mil habitantes. E essas empresas têm planos de ampliar a produção e extração de minérios no Maciço.

Assim para os analistas, o risco ambiental continua, por isso o Ibama decidiu ampliar os estudos da área e fazer um programa abrangente que inclua cuidados com todos os recursos hídricos do município e propor ações também abrangentes para reverter esses impactos.

Mariza Pontes de Oliveira, Ascom/Ibama/MS

[EcoDebate, 07/02/2009]

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