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Notícia

Comunidade científica alerta para mortandade de macacos por causa da febre amarela

 

Bugio – Alouatta seniculus
Bugio – Alouatta seniculus / Imagem: Luciano Malanski – ICMBio

 

Em nota, especialistas de instituições de pesquisa e conservação sobre primatas disponibilizam informações sobre o ciclo da doença e pedem à mídia – jornais, rádios, TVs e sites de notícias – que ajude na divulgação correta dos dados

Representantes da comunidade científica brasileira, ligados à área da conservação dos primatas, expediram na quarta-feira (15) nota à imprensa alertando para um desastre ambiental “gravíssimo” que ocorre neste momento: a mortandade sem precedentes na história do país de macacos da Mata Atlântica em função do vírus da febre amarela.

Na nota, os especialistas mostram-se preocupados, não só com a dimensão das mortes de animais, mas, também, com a disseminação de “informações equivocadas”, que dão a entender que os macacos são responsáveis pela “existência do vírus” e “por sua transmissão aos humanos”.

Isso não procede, fazem questão de destacar os estudiosos, que pedem na nota o apoio da imprensa nacional (jornais, rádios, TVs e sites na internet) para a divulgação das informações corretas.

Segundo eles, os macacos, assim como os humanos, não transmitem o vírus. Pelo contrário, são vítimas da doença. Ao serem contaminados, os primatas cumprem a função de “sentinela”, ou seja, alertam para o surgimento da doença. Por isso, em vez de molestados, devem ser preservados.

As “informações equivocadas”, ressaltam os pesquisadores, já estão levando pessoas, principalmente nas áreas rurais onde ocorre o surto, a maltratarem ou, até, matarem macacos para, supostamente, se proteger da febre amarela, como ocorreu entre 2008 e 2009 no Rio Grande do Sul. “Isso não pode se repetir”, diz a nota.

O documento é subscrito por primatólogos, zoólogos, ecólogos, veterinários, epidemiologistas e gestores públicos, membros de conceituadas universidades, sociedades científicas, centros de pesquisa e instituições voltadas para a conservação dos primatas.

SERVIÇO:

Para obter mais informações, seguem contatos dos subscritores da nota.

Dr. Carlos R. Ruiz-Miranda
Universidade Estadual Norte Fluminense

Dr. Danilo Simonini Teixeira
Presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia

Dr. Júlio César Bicca-Marques
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Dr. Leandro Jerusalinsky
Coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros, Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ministério do Meio Ambiente

M. Sc. Luis Paulo Ferraz
Secretário Executivo da Associação Mico Leão Dourado

M. Sc. Marco Antônio Barreto de Almeida
Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Secretaria Estadual da Saúde, Rio Grande do Sul

Dr. Sergio Lucena Mendes
Universidade Federal do Espírito Santo

 

Do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 17/02/2017

** Nota da Redação: Sobre o mesmo tema sugerimos que leiam, também, a matéria: Desinformação sobre surto de febre amarela coloca macacos em perigo

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