Rios acidificados pelas mudanças climáticas, por Henrique Cortez
As mudanças climáticas estão impedindo que os rio se recuperem dos efeitos da chuva ácida, que vem diminuindo em razão da redução de emissões e da utilização de novas tecnologias. As mudanças climáticas, no entanto, estão compensando negativamente a redução das chuvas ácidas. É o que afirmam pesquisadores da Universidade de Cardiff, Reino Unido.
A pesquisa, realizada pelos professores Steve Ormerod e Isabelle Durance, da Escola de Biociências, foi realizada, ao longo de 25 anos, na região central de Gales e seus resultados foram publicados, on line, no Journal of Applied Ecology, publicado British Ecological Society.
Realizada em 14 córregos, a pesquisa avaliou o número e a variedade de insetos presentes em cada ano, a medição das concentrações de ácido e outros aspectos químicos dos córregos, bem como as variações climáticas, os períodos mais quentes, mais úmidos, etc.
Como média de acidez nos rios vem caindo, devido a melhorias nos níveis de chuva ácida, os pesquisadores esperavam que até 29 espécies de insetos deveriam ter recolonizado os córregos analisados.
Suas conclusões, no entanto, mostraram uma grande queda no curto repouso biológico, com apenas quatro novas espécies adicionadas à recuperação dos córregos analisados.
O professor Steve Ormerod, que tem liderado o projeto desde o seu lançamento, no início de 1980, afirmou: “Desde a década de 1970, tem havido um enorme esforço para limpar as fontes de chuvas ácidas, e nossa pesquisa mostra que os rios estão na direção certa. No entanto, nossos resultados reforçam a teoria de que as condições de acidificação se mantém, matando os animais sensíveis, do mesmo modo que a chuva ácida. Nos últimos invernos úmidos, os córregos de montanha foram acidificados o suficiente para fazer desaparecer até 40% da melhorias dos últimos 25 anos: os efeitos climáticos têm trabalhado contra os nossos melhores esforços “.
A pesquisa reforça as preocupações para com os impactos das mudanças climáticas nos habitats naturais.
De fato, o potencial de impacto das mudanças climáticas não pode ser realmente estimado, na mesma medida em que desconhecemos mais de 90% das bioconexões existentes nos ecossistemas.
Já sabemos, razoavelmente bem, os impactos que serão sentidos pela nossa espécie, mas pouco ou nada sabemos do que acontecerá com a biodiversidade de todos os ecossistemas.
O acesso ao texto integral do artigo “Restoration and recovery from acidification in upland Welsh streams over 25 years” é restrito a assinantes do Journal of Applied Ecology.
Abaixo fornecemos informações de contato com o autor e transcrevemos o abstract.
1. S J Ormerod and Isabelle Durance. Restoration and recovery from acidification in upland Welsh streams over 25 years. Journal of Applied Ecology, 2008; DOI: 10.1111/j.1365-2664.2008.01587.x
* Com informações da British Ecological Society (BES)
Restoration and recovery from acidification in upland Welsh streams over 25 years
S. J. Ormerod* and Isabelle Durance
Catchment Research Group, Cardiff School of Biosciences, Cardiff University, Cardiff CF10 3US, UK
*Correspondence author. E-mail: ormerod@cardiff.ac.uk
ABSTRACT
* 1. Streams affected by acid deposition should now be recovering biologically, but long-term assessments are scarce. Here, we use the experimental catchments at Llyn Brianne (Wales, UK) to evaluate trends over 25 years (1981–2005) in the chemistry and macroinvertebrates of acid moorland and forest streams restored by liming relative to those responding ‘naturally’ to reduced deposition.
* 2. Mean H+ concentrations in acid moorland streams fell by c. 15–16 µquiv L?1 over the study, increasing mean winter pH by 0·8–1·3 units to pH 5·6–6·1. Liming moorland streams in 1987 and 1988 increased mean pH to 5·5–6·4, but differences from naturally recovering streams diminished over 12–18 years.
* 3. In limed and acid moorland streams, changes in invertebrate composition were consistent with recovery, and near-identical. Four acid-sensitive species, from a local pool of 29, increased significantly in abundance or occurrence, but effects were too small to increase similarity with circumneutral reference streams.
* 4. Mean H+ in acid forest streams declined by 8–15 µequiv L?1, but mean winter pH increased by only 0·4 units and remained too acid for invertebrate recovery (mean pH 4·8–5·2; Al > 0·3–0·6 mg L?1). One forest stream limed in 1987 and 1988 remained at mean pH > 5·9 thereafter, but there was no invertebrate response.
* 5. Climate affected recovery pattern. After accounting for time trends, wet winters increased acidity in moorland and forest streams sufficiently to offset 21–41% of the total 25-year decrease in H+ concentration.
* 6. Synthesis and applications. These data from one of the world’s longest running experiments on acidification confirm that upland British streams are recovering, but ecological effects are marginal and vary with land use. Conifer forest streams at Llyn Brianne remain too acid for sensitive invertebrates, while moorland streams are still at risk from acid events. In this example, liming had few long-term benefits compared with natural recovery, and we suggest that this should be a key, general criterion in evaluating the outcomes of ecological restoration.
Received 16 June 2008; accepted 28 October 2008
Handing Editor: John Richardson
DIGITAL OBJECT IDENTIFIER (DOI)
10.1111/j.1365-2664.2008.01587.x About DOI
Por Henrique Cortez*, do EcoDebate, 08/12/2008
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