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Mudanças climáticas reduzirão a disponibilidade hídrica em 50% na África do Sul, América Latina e no Mediterrâneo, por Henrique Cortez

Coincidindo com o início da conferência da ONU sobre mudanças climáticas em Poznan (Polônia), a ONG Oxfam International, apresentou um relatório que alerta que cerca de 300 milhões sofrerão com inundações, se a temperatura, até o final do século, aumentar em 4°C.

A ONG apela por uma mudança nas negociações, para um futuro acordo sobre as mudanças climáticas, que inclui três objetivos principais. O primeiro é a de manter o aumento médio global da temperatura abaixo de 2°C. “Isso requer que as emissões globais de CO2 diminuam até o ano 2015 e que ocorra uma redução de, pelo menos, 80% até 2050, relativamente aos níveis de 1990”.

O relatório, intitulado “Clima, Pobreza e Justiça” [Climate, Poverty, and Justice], mostra que o aquecimento global já chegou a 0,8 graus sobre os níveis pré-industriais. Para evitar impactos climáticos “catastróficos e irreversíveis”, o aumento das temperaturas deve ser mantido abaixo dos 2°C. Mas, mesmo assim, os efeitos serão muito graves.

Segundo a ONG, com este nível de aquecimento, 1,8 bilhão de pessoas serão afetadas pela escassez da água, uma vez que irá reduzir a sua disponibilidade. E se a temperatura global subir 3°C, até 600 milhões de pessoas ficarão expostas à fome, e além de 4ºC, até 300 milhões sofrerão com inundações, ao mesmo tempo em que a disponibilidade hídrica será reduzida em 50% na África do Sul, América Latina e o Mediterrâneo .

Redução das emissões

O segundo destes objetivos, de acordo com a Oxfam, a ser obtido em Poznan, é um acordo no qual os países desenvolvidos reduzam as suas emissões na proporção da sua responsabilidade, para os efeitos das mudanças climáticas e à sua capacidade de executar as metas.

“Os governos não devem esquecer que dessas negociações dependem a vida e os meios de subsistência de milhões de pessoas”, diz Anthony Hill, porta-voz para as Mudanças Climáticas da Oxfam International. “Qualquer nível de aquecimento global poderia tornar inabitáveis grandes áreas de terras, destruir os meios de subsistência de toda sociedade, levando ao desaparecimento de ilhas e deixando as pessoas com nenhuma outra escolha senão a emigração. Isto não é aceitável”, diz Hill.

O terceiro objetivo fundamental, a ser alcançado nas negociações, é, segundo a organização humanitária, um acordo para estabelecer um quadro para o financiamento anual de, pelo menos, 50 bilhões de dólares, por parte dos países ricos para ajudar os paises mais pobres a se adaptarem aos impactos das mudanças climáticas. “O custo para combater o aquecimento global não é proibitivo”, diz a Oxfam, estimando o custo em 1% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano, enquanto que “o custo de não fazer nada seria entre cinco e 20 vezes maior”

* Com informações da Oxfam International.

Por Henrique Cortez, do Ecodebate.

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