Desmatamento anual na Amazônia cresceu 3,8%
Desmatamento na Amazônia, em foto de arquivo MMA
O desmatamento anual na Amazônia, medido entre agosto de 2007 e julho de 2008, foi de 11.968 quilômetros quadrados, de acordo com o resultado do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), divulgado hoje (28) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A taxa de 2007-2008 é 3,8% maior que o desmatamento medido no período anterior, quando o Prodes registrou 11,2 mil quilômetros quadrados O Pará foi o campeão de desmatamento no período, com 5.180 quilômetros quadrados, mais de 43% do total. Mato Grosso vem em seguida, com 3.259 quilômetros quadrados de devastação, 27,2%, e em terceiro lugar, o Maranhão, com 1.081 quilômetros de desmate no período, 9% do total. Apesar de pertencer à Região Nordeste, o Maranhão é um dos nove estados da Amazônia Legal.
Rondônia, que ao longo do ano esteve entre os estados que mais desmataram nas medições mensais do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), aparece em quarto lugar na lista do Inpe, com 1.061 quilômetros quadrados de floresta derrubada no acumulado do período.
Em Roraima, os satélites do Inpe registraram 570 quilômetros quadrados de desmatamento; no Amazonas, 479 quilômetros quadrados; no Acre, 222; e no Tocantins, 112 quilômetros quadrados. O relatório do Inpe não aponta desmatamentos para o Amapá no período.
Para Minc, resultado do desmatamento na Amazônia mostra estabilização
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que o aumento de 3,8% do desmatamento na Amazônia pode ser considerado uma “estabilização”. Segundo Minc, o resultado ficou bem abaixo das expectativas do ministério para o desmatamento este ano.
“Todas as previsões eram de que o [resultado do] Prodes [Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal] ia explodir, ia inverter a tendência de queda verificada desde 2004. A gente esperava que o número fosse ficar entre 14 e 15 mil quilômetros quadrados”, disse ele. Segundo os dados divulgados hoje, o desmatamento anual na região foi de 11.968 quilômetros quadrados.
Apesar da estabilidade, Minc disse que ainda não está satisfeito com os números. “O que eu quero é o desmatamento zero”. O ministro atribuiu a manutenção do patamar de desmatamento a medidas de controle e fiscalização da própria pasta, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Federal, além da restrição ao crédito para donos de propriedades irregulares imposta pelo Banco Central.
Matéria de Luana Lourenço, da Agência Brasil, publicada no EcoDebate, 29/11/2008
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