Salários médios cresceram no mundo, mas não o suficiente, diz OIT
Entre 2001 e 2007 o nível salarial médio dos trabalhadores cresceu no mundo todo, mas o índice ainda pode ser considerado pequeno: menos de 2% na maior parte dos países. É o que aponta o Relatório Mundial sobre Salários 2008/2009, divulgado, no dia 25/11, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, Suíça.
A América Latina e Caribe foi a região que registrou a média mais baixa, 0,3% ao ano, mesmo percentual registrado no Brasil no mesmo período. Na outra ponta, alguns países africanos e nórdicos ficaram no grupo do que tiveram os maiores incrementos nos salários médios dos trabalhadores ocupados.
“A maior parte dos países que tiveram um crescimento mais elevado foi a China e os países considerados de transição na Europa, onde esse crescimento compensa também um nível muito baixo dos salários no período anterior”, disse a diretora do escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo.
O incremento no nível salarial pode ser vinculado às taxas de crescimento da economia, medidas pelo Produto Interno Bruto (PIB) per capita, comparação que mostra que os ganhos econômicos não têm sido repassados na mesma proporção aos trabalhadores.
“Se é verdade que os aumentos salariais estiveram associados ao aumento do PIB per capita, os salários médios reais cresceram a um ritmo e a uma taxa muito inferior aos aumentos do PIB per capita nesse período”, disse.
Um outro dado que o relatório vincula ao aumento salarial é a proporção do PIB composta pela remuneração ao trabalho, a chamada distribuição funcional da renda, que caiu na maioria (70%) dos países analisados no período de 1995 a 2007.
“Aí que você vê o que vale a remuneração para o trabalho e a remuneração para o capital em termos gerais”, explica a diretora da OIT.
Também em 70% dos países foi registrada uma piora na distribuição da renda entre os trabalhadores, o que mostra o aumento nas desigualdades salariais de uma forma geral. Já entre homens e mulheres, a desigualdade diminuiu em 80% dos países, mais ainda de forma lenta.
“Se considerar que justamente devido à boa performance da economia e ao aumento da escolaridade das mulheres, que continua havendo, essa diminuição da desigualdade deveria ter sido muito mais acentuada do que foi, é considerada uma diminuição muito modesta da desigualdade de rendimentos entre homens e mulheres”, afirmou Laís Abramo.
Matéria de Ana Luiza Zenker, da Agência Brasil, publicada no EcoDebate, 27/11/2008.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/11/25/materia.2008-11-25.6056993349/view
Nota do EcoDebate: sobre este tema leiam, também: “Crescimento entre 1995 e 2007 não se traduziu em melhorias salariais no Brasil, revela OIT”.
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