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Peru: Tribo amazônica pede saída de petrolífera após derramamento de óleo

A situação está cada vez mais crítica e tensa no Peru após sucessivos derramamentos de petróleo nas terras do povo Wampis que vive na Amônia peruana. Segundo reportagem do site The Ecologist, lideranças indígenas pedem o fechamento imediato de um oleoduto da Petroperú depois de uma série de devastadores derramamentos. A empresa já foi considerada culpada de ‘negligência’ depois que derramamentos anteriores contaminaram as terras e rios Wampis.

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O solo contaminado pelo derramento de óleo no Mayoriaga. Foto: Forest Peoples Programme

A indústria petrolífera está promovendo uma verdadeira barbárie contra os povos indígenas da Amazônia peruana. Não podemos permitir que isso aconteça em terras brasileiras”. O alerta é do coordenador nacional da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade, que tem como parceira a 350.org Brasil na luta contra a entrada do fraturamento hidráulico, chamado FRACKING, no Brasil.

A campanha Não Fracking Brasil está empenhada em impedir que o mesmo aconteça no Brasil, nos Vales do Javari e Juruá, região conhecida como Pan Amazônia, onde o Governo brasileiro quer explorar e explorar gás de xisto através de FRACKING. Uma liminar obtida pelo Ministério Público Federal do Acre suspendeu os efeitos da 12ª Rodada de Licitações que vendeu blocos em cima de áreas indígenas de povos isolados e não contatados.

Para a diretora da 350.org Brasil e América Latina, Nicole Figueiredo de Oliveira, “não bastasse a devastação ambiental provocada pela utilização do FRACKING para extração de petróleo de xisto e todos os problemas sociais e de saúde que essa atividade minerária provoca, os povos indígenas da Amazônia peruana ainda são impactados pelos derramamentos de óleo devido à falta de manutenção dos oleodutos”. E completa: “E sem consultar ninguém, o que é mais revoltante”.

Histórico de negligência

O derramamento aconteceu mês passado e de acordo com relatos do órgão regulatório para o meio ambiental do Peru (OEFA) afetou uma área de 400 m² de terra adjacente ao oleoduto antes de escoar até o Rio Cashacaño que flui ao Rio Morona. Lideranças Wampis demandam que o bombeamento de óleo através de uma ramificação do oleoduto seja suspenso imediatamente como medida preventiva.

Wrays Perez Ramirez, recentemente eleito Pamuk ou Presidente do GTA Wampi disse: “Este derramamento de óleo já resultou em danos severos e irreparáveis às terras da comunidade de Mayuriaga e ao nosso território coletivo como um povo. A responsabilidade por isso é estritamente da Petroperú que agiu com total negligência”.

A queixa documenta contaminação ao longo da extensão e ambas as margens do Rio Cashacaño até sua confluência com o Rio Morona de onde o derramamento se estendeu a mais uma hora e meia de viagem rio abaixo. Os relatórios – (em espanhol) constam na Resolución Directoral 012-2016-OEFA/DS.

Arbitrariedade histórica

Segundo a reportagem do The Ecologist, a comunidade não foi ouvida sobre a permissão para instalação dos oleodutos em suas terras, que acontece há mais de 40 anos. “Nós, os Wampis, nunca autorizamos ou demos nosso consentimento à construção deste oleoduto em nosso território, e ainda assim sofremos as consequências”, disse Wrays.

Este é outro exemplo de onde nós perdemos o controle sobre nosso território que foi subdividido pelo Estado em diferentes terras de aldeia ou emitido como concessões à diferentes empresas. É exatamente esse problema que o nosso governo territorial está tentando enfrentar”.

Link: The Ecologist

Fonte: COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil

 

in EcoDebate, 29/03/2016

 

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