Rompimento da barragem da Samarco: Mancha de lama no litoral capixaba triplica de tamanho
![](http://www.ibama.gov.br/images/noticias_ambientais/2015/dezembro/plumas_de_sedimentos.jpg)
Na terça-feira (5), dia em que se completaram dois meses do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), o tamanho da mancha de lama que se espalha pela superfície do mar do Espírito Santo, a partir da foz do Rio Doce, triplicou de tamanho em relação a domingo (3), e não há prazo para que os rejeitos de minério deixem de ser despejados no litoral.
O acompanhamento é feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), órgão ambiental do Espírito Santo.
Apesar de ter apresentado um recuo de cerca de 90% entre 29 de dezembro e o último domingo de 168 quilômetros quadrados (km²) para 19,3 km², a dimensão da mancha voltou a crescer no dia seguinte, atingindo 66,6 km².
O comportamento errático da mancha de lama, que chegou à costa no dia 21 de novembro, se deve a fatores como a incidência de chuvas ao longo da bacia do Rio Doce, a direção dos ventos no litoral e o comportamento das marés, de acordo com o Ibama.
Para o professor de engenharia costeira da Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ) Paulo Rosman, não há prazo para que o rejeito de minério deixe de ser despejado na costa do município de Linhares (ES), devido à enorme quantidade de lama que ficou depositada nas margens do Rio Doce e de seus afluentes, alguns dos quais foram invadidos pela lama por mais de 80 quilômetros.
Aumento da lama na foz do Rio Doce a deve a fatores como a incidência de chuvas ao longo da bacia do Rio Doce e o comportamento das marés
“Vai depender da velocidade em que essas margens vão ser revegetadas, de modo a consolidar esse material onde está, caso contrário, sempre que chover forte no alto e médio Rio Doce, vai ser observado um aumento significativo do material em suspensão despejado no mar”, explicou o pesquisador. “O rio vai continuar barrento por muito tempo.”
Outro fator capaz de acelerar a dispersão da lama de rejeitos seria uma ação de desassoreamento do Rio Doce, diz o secretário do Meio Ambiente do Espírito Santo, Rodrigo Júdice. Ele, no entanto, responsabiliza a Samarco, empresa dona da barragem que se rompeu em Mariana (MG) no dia 5 de novembro, pela elaboração da medida.
“Eles não ficaram totalmente inertes, mas o que a gente questiona é a dimensão do esforço ante a magnitude do problema”, disse o secretário. A Samarco ainda não encaminhou aos órgãos ambientais do estado um plano emergencial de mitigação de danos ambientais, conforme determinou a Justiça de Minas Gerais no fim de novembro.
A Samarco disse que ainda trabalha na elaboração de um plano de mitigação de danos ambientais, por meio da contratação de uma consultoria especializada.
Da ABr, in EcoDebate, 07/01/2016
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Teremos uma amarga saudade desse desastre por muitos anos e a SAMARCO continuará a despejar esta lama por muito anos, a despeito das ameaças e bravatas dos nossos promotores, que ameaçam muito, mas a legislação não ajuda.
Nem a metade do que estão pretendendo acontecerá, porque isto é o retrato do caos chamado Brasil. Infelizmente.
Não brigam por direitos? A resposta está aí; direito para os dois lados. Vence sempre quem é o mais forte. Sempre foi assim. por que agora seria diferente?
Governadores, deputados e muita gente grande está envolvida nesta lama. Coitados dos atingidos…
Faltou dizer que discretamente, sem nenhum alarde, a barragem rompida continua vazando, e por isso a lama continua sendo despejada no rio Gualaxo do Norte e descendo para o Rio Doce e para o mar. De acordo com depoimento de um conhecido que mora na região, é praticament impossível conteer o vazamento.
Penso que o Brasil deve investir forte na defesa civil ou numa outra solução de apoio às catástrofes que se repetem, mas no caso específico da mineração, o caso reflete o desmonte das leis ambientais e a participação direta dos poderes executivo e legislativo de Minas Gerais. Como vem sendo amplamente debatido neste e em outros portais, esses poderes estão agindo com grande irresponsabilidade na gestão dos recursos hidrícos e minerais, ao permitir a mineração em cabeceiras de bacias e a construção de minerodutos criminosos e devastadores sob todos os pontos de vista.
Há outros novos sítios de mineração em Minas sendo amplamente favorecidos pelo recente desmonte do DNPM, do IEF-MG e do COPAM, conselho que era tido como “muito rigoroso” no licenciamento ambiental.
UMA VERGONHA PARA O GOVERNO DE MG