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Vale do Jequitinhonha, MG, lidera devastação da Mata Atlântica de 2000 a 2014, diz estudo

 

A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) lançam nesta quarta-feira (11/11), em Brasília, o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, com um balanço sobre a situação dos 3.429 municípios abrangidos pela Lei da Mata Atlântica. Os dados mais recentes mostram que Piauí, Santa Catarina e Minas Gerais concentram os municípios com maior conservação do bioma. Já o ranking do desmatamento é encabeçado por cidades do Piauí e Bahia. Com 4.287 hectares (ha), a cidade de Eliseu Martins (PI) lidera o ranking negativo (imagem acima), no período entre 2013 e 2014.

De acordo com os dados mais recentes do Atlas, quatro dos 10 municípios que mais desmataram a Mata Atlântica no Brasil no período 2013-2014 ficam em Minas Gerais – Estado que liderou o ranking do desmatamento por 5 anos consecutivos e que agora passa a primeira posição para o Piauí, conforme divulgado em maio pela SOS Mata Atlântica e pelo INPE. No mesmo período, por outro lado, o Piauí abriga os dois municípios com maior conversação de Mata Atlântica no país, Tamboril do Piauí e Guaribas, ambos com 96% de vegetação natural – que inclui, além das florestas nativas, os refúgios, várzeas, campos de altitude, mangues, restingas e dunas.

O estudo, com patrocínio de Bradesco Cartões e execução técnica da empresa de geotecnologia Arcplan, apresenta ainda um consolidado dos últimos 14 anos de monitoramento. Entre 2000 e 2014, Jequitinhonha (MG) foi a campeã de desmatamento, com 8.708 hectares, seguida pela também mineira Águas Vermelhas (6.543 ha) e pela catarinense Itaiópolis (5.805 ha).

Com base em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8, o Atlas da Mata Atlântica, que monitora o bioma há 29 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima de 3 hectares (ha). “Foram anos de trabalho para que pudéssemos consolidar uma base temática (mapa) que permite atualizações anuais consistentes. A possibilidade de o cidadão comum poder acompanhar a dinâmica da cobertura florestal do município onde reside é, sem dúvida, a materialização de uma intenção que tivemos no passado”, afirma Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE.

Planos municipais da Mata Atlântica

Um dos instrumentos mais eficientes para que os municípios façam a sua parte na proteção da floresta mais ameaçada do Brasil é o Plano Municipal da Mata Atlântica, que reúne e normatiza os elementos necessários à proteção, conservação, recuperação e uso sustentável da Mata Atlântica. Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, reforça que o plano traz benefícios para a gestão ambiental e o planejamento do município. “Os Planos Municipais da Mata Atlântica materializam as leis do bioma Mata Atlântica. Com novas competências de gestão ambiental, o PMMA é importante para desenvolver políticas de meio ambiente localizadas, pois é uma legislação que pactua com a própria comunidade local e a sociedade, diferentemente das demais leis do país”, afirma Mario.

Confira os rankings nacionais:

ranking desmatamento 1

ranking desmatamento 2

ranking desmatamento 3

Resultados por estado

Além da lista nacional, os rankings estão também divididos pelos 17 Estados situados na área do domínio da Mata Atlântica: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

Confira os resultados por estado:

Alagoas

Bahia

Ceará

Espírito Santo

Goiás

Mato Grosso do Sul

Minas Gerais

Paraíba

Parana

Piauí

Rio de Janeiro

Rio Grande do Norte

Rio Grande do Sul

Santa Catarina

São Paulo

Sergipe

Informe da SOS Mata Atlântica, in EcoDebate, 12/11/2015


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