COP20, sobre mudanças climáticas, é ‘crucial para o mundo’, diz ministro peruano do Meio Ambiente
A 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP-20), que começou ontem (1º) em Lima, será “histórica para o Peru e crucial para o mundo”, disse o presidente da conferência e ministro peruano do Meio Ambiente, Manuel Pulgar Vidal.
A conferência, da qual participam mais de 10 mil delegados de 195 países, foi aberta pelo presidente da COP-19, o polonês Marcin Korolec, que transmitiu o cargo ao ministro peruano.
Autoridades de todo o mundo vão tentar chegar a um consenso de objetivos e compromissos sobre a redução de emissões de gases de efeito estufa, para combater as alterações climáticas e os fenômenos meteorológicos extremos.
“Queremos que esta seja a COP que coloque bases sólidas para o novo acordo climático global. Queremos que todos os países, sem exceção, cheguem a um acordo no relatório para demonstrar o nosso compromisso com a redução das emissões”, disse Vidal na abertura do evento.
A COP-20, que vai até o próximo dia 12, tem o objetivo de preparar um novo acordo global, a ser assinado na Conferência de Paris, em dezembro do ano que vem. Esse acordo vai substituir o Protocolo de Quioto a partir de 2020.
Vidal frisou que o desafio da COP-20 consiste em “receber todos os bons sinais e mensagens” enviados pelos países para garantir um consenso. “Não vamos deixar que se percam. Construamos regras e acordos que aumentem a confiança entre nós e a opinião pública. O mundo não espera que fracassemos.”
No entanto, “nenhum dos resultados” pretendidos “está garantido”, e o Peru vai intervir “com o objetivo de promover avanços, atuando com flexibilidade e facilitando convergências e compromissos”, assegurou o ministro.
Da cerimônia inaugural também participaram a secretária executiva da COP, Christiana Figueres, e o vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2007, o cientista indiano Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Christiana destacou que se devem traçar “linhas de ação cruciais”, como um esboço sobre um novo acordo climático e a forma como os países deverão comunicar os seus compromissos sobre a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Pachauri ressaltou, por sua vez, que, para impedir o aumento da temperatura global em mais de 2 graus Celsius, as emissões de gases de efeito estufa devem ser reduzidas entre 40% e 70% até 2050 e eliminadas na sua quase totalidade em 2100. “Quanto mais nos atrasarmos, mais difícil e caro será enfrentar o objetivo dos dois graus”, disse o cientista indiano.
Em Lima, espera-se que os recentes compromissos da União Europeia, da China e dos Estados Unidos para reduzir as suas emissões de gás deem impulso político às negociações e tenham efeito positivo no restante dos países.
Da Agência Lusa / ABr
Publicado no Portal EcoDebate, 03/12/2014
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