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Atlas Brasil 2013 mostra redução de disparidades entre norte e sul nas últimas duas décadas

 

Municípios do Norte e Nordeste apresentam melhora acentuada nas condições de desenvolvimento humano entre 1991 e 2010 e reduzem a distância para os mais desenvolvidos.

Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, lançado hoje
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, lançado ontem na Casa da ONU, em Brasília
• IDHM calculado para o Brasil mostra alta de quase 50% em 20 anos
• IDHM Longevidade é o mais elevado em termos absolutos
• IDHM Educação se destaca como o de maior avanço em duas décadas (128,3%), puxado pelo aumento no fluxo escolar de jovens (156%)
• Mas IDHM Renda mostra que passivo social histórico do Brasil ainda sustenta grande desigualdade de renda entre municípios mais e os menos desenvolvidos

 

O Brasil registrou um salto de 47,8% no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do país entre 1991 e 2010, um avanço consistente puxado pela melhora acentuada dos municípios menos desenvolvidos nas três dimensões acompanhadas pelo índice: longevidade, educação e renda. Os dados são do Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, apresentado hoje (29/07), em Brasília, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) e a Fundação João Pinheiro (FJP). Os dados são calculados com base nos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010, do IBGE.

 

O IDHM do Brasil saltou de 0,493 (Muito Baixo Desenvolvimento Humano) para 0,727 (Alto Desenvolvimento Humano). O IDHM Longevidade (0,816) é o que mais contribui em termos absolutos para o nível atual do IDHM do Brasil. É também o componente que apresenta o menor hiato – a distância até 1 – em 2010 (0,184). Esta evolução da dimensão Longevidade reflete o aumento de 9,2 anos (ou 14,2%) na expectativa de vida ao nascer entre 1991 e 2010. Neste mesmo período, o IDHM Longevidade do país acumulou alta de 23,2%.

 

O IDHM Educação (0,637) é o que tem a menor contribuição em termos absolutos para o valor atual do IDHM do Brasil e também o que possui o maior hiato (0,363). Mas de 1991 a 2010, o indicador foi o que registrou o maior crescimento absoluto (0,358) e a maior elevação em termos relativos (129%) entre as três dimensões do índice. Saiu de 0,278 em 1991, para 0,637 em 2010, um movimento puxado, principalmente, pelo aumento de 156% no fluxo escolar da população jovem (ou 2,5 vezes) no período. Na mesma comparação, a escolaridade da população adulta, outro subíndice do IDHM Educação, ficou quase duas vezes maior na comparação com 1991 (alta de 82,4%).

 

No IDHM Renda, o crescimento no período de 1991 a 2010 foi de 14,2%, o equivalente a cerca de R$ 346 de aumento na renda per capta mensal, com números ajustados para valores de agosto de 2010. Apesar do avanço, apenas 11,1% dos municípios avaliados possuem um IDHM Renda superior ao IDHM Renda do Brasil. Uma comparação entre os municípios de maior e menor renda per capta mensal do país, a diferença permanece grande: de R$ 2.043,74 (São Caetano do Sul-SP) para R$ 96,25 (Marajá do Sena-MA). Isso significa que um cidadão médio de São Caetanos do Sul, tinha, em 2010, renda per capta mensal 20 vezes maior que a de um cidadão médio de Marajá do Sena, ou uma diferença de mais de 2.000%. O método de cálculo do IDHM Renda aplica uma fórmula logarítmica que aproxima os maiores valores de renda per capita dos menores e, com isso, reduz a disparidade de renda existente na perspectiva intramunicipal.

 

Sobre o Atlas Brasil 2013
 

 

Coletiva de imprensa para lançamento do Atlas Brasil 2013, em Brasília.

Coletiva de imprensa para lançamento do Atlas Brasil 2013, em Brasília. Foto: Yuri Lima/PNUD Brasil

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 traz uma ferramenta gratuita de acesso a informações sobre 5.565 municípios brasileiros, útil tanto para os gestores públicos quanto para a sociedade em geral. Nele estão contidos o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) para cada município e os resultado da análise de mais de 180 indicadores socioeconômicos do país – também sob a perspectiva municipal: entre eles demografia, educação, renda, habitação, trabalho e vulnerabilidade.

Apesar de ter sua metodologia baseada no cálculo do IDH Global – publicado anualmente pela sede do PNUD em Nova York para mais de 150 países – , a comparação entre IDHM e IDH não é possível, já que o IDHM é uma adaptação metodológica do IDH ao nível municipal, utilizando outra base de dados (neste caso, os Censos do IBGE). Ambos agregam as dimensões longevidade, educação e renda, mas com diferentes indicadores e base de dados para retratar estas dimensões.

 

Fruto da parceria entre PNUD, IPEA e FJP, o Atlas Brasil 2013 teve seu processo de construção iniciado em junho de 2012. Seu lançamento marca a ampla disseminação dos retratos municipais por meio de uma plataforma online. De lá até aqui, a equipe técnica e os parceiros organizaram a revisão metodológica e conceitual do IDHM – por meio de oficinas com mais de 40 especialistas brasileiros –, compatibilizaram as áreas municipais que sofreram transformações de 1991 até 2010 e analisaram os dados extraídos dos Censos Demográficos do IBGE de 2010, 2000 e 1991.

 

Além da evolução metodológica do IDHM, o Atlas Brasil 2013 traz uma inovação importante em relação aos outros dois Atlas lançados em 1998 e 2003. Pela primeira vez, todos os dados, gráficos e tabelas estarão disponíveis na internet. A plataforma online é pública, amigável e totalmente gratuita. Dentre as informações disponíveis, estão o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e seus componentes, além de mais de 180 indicadores socioeconômicos com o retrato do desenvolvimento humano de cada município. A plataforma contará também com explicações metodológicas e uma seção de perguntas frequentes. Além disso, é possível fazer download de mapas e tabelas para uso offline. A segunda fase do Atlas Brasil 2013 prevê a disponibilização da plataforma em DVD, bem como o lançamento dos Atlas intramunicipais para 16 regiões metropolitanas.

 

Informe do Pnud, publicado pelo EcoDebate, 30/07/2013


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