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Agricultores familiares passam do cultivo in natura para a agroindústria

 

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Agricultores familiares passam do cultivo in natura para a agroindústria

Foto: Andrea Farias/MDA

A agricultura familiar cada vez mais aposta na transformação dos produtos in natura. Basta conferir uma feira voltada para o setor onde estão expostos doces, pães, massas, derivados do leite e uma infinidade de produtos originados nas pequenas propriedades rurais. Além de um maior aproveitamento do trabalho, a iniciativa agrega valor ao produto e, assim, aumenta a renda familiar.

Com apenas dois anos de existência, a agroindústria Sabores da Vivenda, do município de Ceará Mirim (RN), já alcançou os mercados de São Paulo, Maceió e Fortaleza com as geleias e os doces de frutas tropicais e nativas da região. Antes da fábrica, o agricultor Gustavo Furtado Câmara, 47 anos, e sua mulher, Fernanda Regina da Câmara, 36 anos, produziam mamão e abóbora para uma empresa de exportação.

“Quando produzíamos apenas o produto in natura, passávamos três, quatro meses, sem renda nenhuma, só tendo gasto com o plantio. Na fábrica, não. Toda semana a gente tem como vender mercadoria”, explica o produtor. Em 2011, o casal decidiu avançar e abrir o próprio negócio. “Fizemos o financiamento do Pronaf Mais Alimentos para a construção da fábrica e para a aquisição dos equipamentos”, conta. Atualmente, a Sabores da Vivenda produz 15 variedades de doces e 18 sabores de geleias, entre eles o de mangaba e o de abacaxi com pimenta.

Apoio

O agricultor familiar que quer investir na agroindustrialização encontra no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) apoio durante todo o processo de transformação da matéria-prima. O secretário da Agricultura Familiar (SAF/MDA), Valter Bianchini, explica que o governo tem se esforçado para incentivar a agregação de valor nesses produtos.

“Por meio dos nossos convênios e chamadas, o produtor pode apresentar suas ideias para um técnico e, ao mesmo tempo, entender a complexidade do processo de agroindustrialização. O MDA também tem uma linha de crédito específica com prazo de dez anos para pagar e 2% de juros ao ano. Outra vantagem é a possibilidade de comercializar para mercados institucionais por meio dos programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae). Nosso intuito é incentivar a agregação de valor à agricultura familiar”, afirma.

Safra 2013/2014

A safra 2013/2014 trouxe novidades para a linha de crédito específica para a agroindústria. O enquadramento foi ampliado para até R$ 150 mil, no caso de financiamento individual, e até R$ 35 milhões para cooperativas e associações da agricultura familiar, respeitando o limite por associado ativo.

Bianchini ressalta outra medida anunciada para a próxima safra com o intuito de incentivar a formalização das agroindústrias e projetos de turismo rural. “Para este Plano Safra anunciamos que o produtor que regularizar a sua agroindústria como empreendedor rural familiar não perde a sua garantia de segurado especial”, finaliza. A medida legislativa que permite ao agricultor abrir a sua microempresa rural foi encaminhada ao Congresso Nacional após o lançamento do Plano Safra 2013/2014.

Informe do MDA, publicado pelo EcoDebate, 22/07/2013


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