Para conservação das tartarugas marinhas, Tamar monitora pesca no litoral entre Alagoas e Bahia
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Tartarugas Marinhas (Tamar), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acaba de promover reunião para tratar da pesca na região entre o Pontal do Peba (AL) e Salvador (BA), que cobre 389 quilômetros do litoral entre Alagoas e Bahia, incluindo toda a costa de Sergipe. A região concentra aproximadamente 80% das desovas de quatro espécies de tartarugas marinhas, das cinco que visitam o Brasil.
O encontro foi uma das ações do programa de interação com a pesca, que o Tamar mantém desde 1990. A ideia é acompanhar e conhecer a frota pesqueira, aproximar-se dos pescadores e contar com a colaboração deles para a conservação das tartarugas. Além da comunidade, participaram do encontro integrantes do setor pesqueiro da região, da Fundação Pró-Tamar, do ICMBio, do Ibama, da Secretaria Municipal de Pesca, da Câmara de Vereadores, da Federação dos Pescadores e da Colônia de Pescadores.
Foram apresentados dados levantados a partir de diários de bordo, com colaboração voluntária de 16 embarcações que fazem porto em Pirambu (SE), e discutido, entre outros temas, o impacto da pesca de camarão nas populações de tartarugas. Os dados mapeados detalham a interação dessa pesca com as tartarugas em 3.376 arrastos de camarão realizados entre 2010 e 2012.
Para o coordenador do Tamar, em Sergipe, César Coelho, é fundamental saber como estão ocorrendo as pescarias para buscar soluções para a causa da morte de muitas tartarugas.
Olivas e camarões
A pesca do camarão é a principal ameaça para as tartarugas olivas (Lepidochelys olivacea), espécie mais abundante na região. Entre janeiro e dezembro dos anos de 2010, 2011 e 2012, mais de mil olivas encalharam mortas nas praias da Bahia, de Sergipe e do sul de Alagoas (Pontal do Peba).
Medidas para minimizar o problema já estão sendo adotadas como, por exemplo, o defeso de verão, que proíbe o arrasto de camarão entre os dias 1º de dezembro e 15 de janeiro, protegendo boa parte do período de reprodução das tartarugas marinhas.
Segundo César Coelho, o ideal mesmo seria estender o defeso do camarão durante toda a época de reprodução das tartarugas marinhas, de setembro a março, para garantir mais sucesso aos animais que se aproximarem das praias para desovar.
Comunicado do ICMBio, com informações do Tamar, publicado pelo EcoDebate, 10/07/2013
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