A população da Indonésia em 2100, artigo de José Eustáquio Diniz Alves
[EcoDebate] A Indonésia é o quarto país mais populoso do globo e o maior país muçulmano do mundo. A população da Indonésia era de 74,8 milhões de habitantes em 1950 e passou para 240 milhões em 2010. As projeções da ONU indicam uma população, em 2050, de 339 milhões na hipotese alta, de 293 milhões na hipótese média e de 253 milhões na hipótese baixa. Para 2100 as três hipóteses são: 422 milhões, 254 milhões e apenas 141 milhões na hipótese baixa.
A Indonésia (cujo nome significa arquipélago indígena) possui uma área de 1.904.569 km2, compreendendo 17.508 ilhas, localizadas entre a Índia, o Sudeste Asiático e a Austrália. A densidade demográfica, em 2010, era de 126 habitantes por km2. A título de comparação, o Brasil tinha apenas 23 hab/km2.
A taxa de fecundidade total (TFT) estava em 5,5 filhos por mulher no no quinquênio 1950-55 e caiu para 2,2 filhos por mulher no quinquênio 2005-10. A divisão de população da ONU estima que as taxas de fecundidade vão ficar abaixo do nível de reposição no quinquênio 2045-50, devendo chegar a 1,7 filhos por mulher, podendo subir ligeiramente para 1,95 filhos por mulher em 2095-00.
A redução da fecundidade tem contribuido para a ampliação do bônus demográfico e para a redução das taxas de mortalidade infantil e de mortalidade materna. As taxas de mortalidade infantil estavam em 192 por mil no quinquênio 1950-55, passaram para 29 por mil no quinquênio 2005-10 e devem atingir 14,6 por mil no quinquênio 2045-50 e 8,6 por em 2095-00. Já a esperança de vida subiu de 38,8 anos, para 67,9 anos, devendo atingir 77,6 anos e 83,1 anos, nos mesmos quinquênios.
Como o Brasil, a Indonésia vai passar por um rápido processo de envelhecimento. A idade mediana da população era de 20 anos em 1950, passou para 27,8 anos em 2010 e deve chegar a 41,6 anos em 2050 e a 46 anos em 2100.
A pegada ecológica per capita do país era de 1,13 hectares globais (gha) em 2008 e a biocapacidade de 1,32 gha per capita, de acordo com o relatório Planeta Vivo, da WWF. Portanto, o país possui um superávit ambiental. Mas assim como o Brasil, a Indonésia enfrenta o problema do desmatamento de suas florestas e a perda de biodiversidade.
A continuidade da queda das taxas de fecundidade pode ajudar ao maior país muçulmano do mundo avançar na qualidade de vida de sua população. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) passou de 0,42 em 1980 para 0,61 em 2010. Para as próximas décadas o desafio é continuar avançando nos direitos de cidadania com respeito ao meio ambiente e a proteção de uma das maiores e mais ricas áreas de biodiversidade do globo.
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
EcoDebate, 11/10/2012
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