Justiça japonesa pode determinar o descomissionamento de 2 reatores nucleares em área de risco de terremotos
central nuclear de Hamaoka-3, operada pela Chubu Electric Power Co
A Suprema Corte, em Tóquio, pode propor que dois reatores de uma central nuclear, em área de risco de terremotos, sejam fechadas, até que seja efetivamente comprovado de operam em condições de segurança, mesmo em caso de um grande terremoto. Por Henrique Cortez*, do EcoDebate.
Se a determinação for efetivada, espera-se uma enorme influência nas discussões sobre a segurança das centrais nucleares japonesas.
O tribunal de recurso declarou, oficialmente, que irá propor um plano de reconciliação para ambos os demandantes. Em agosto, o tribunal oficiosamente sugeriu, como parte de um plano de reconciliação, que o funcionamento dos reatores n. º 1 e 2 da central fossem desativados, até que seja confirmado que eles podem suportar um forte terremoto. As fontes disseram que a audiência, marcada para 19 de Setembro, provavelmente, será baseada neste plano.
Um grupo de moradores, que vivem perto da central nuclear de Hamaoka, lançou um ação exigindo que a Chubu Electric Power Co. que opera a central, viesse a interromper as operações de seus quatro reatores, temendo que eles não sejam resistentes abalos sísmicos.
Em outubro de 2007, o Tribunal negou provimento aos moradores do Distrito Shizuoka, afirmando que a central nuclear é segura. Os moradores, então, recorreram da sentença à Suprema Corte.
O funcionamento do reator n º 1, foi suspensa, uma vez por problemas técnicos em novembro de 2001, enquanto o reator n º 2 não está em operação, desde uma inspeção regular, em fevereiro de 2004.
É crescente no Japão a questão da segurança das centrais nucleares, em caso de terremoto, desde que, em 16/7/2007, um tremor atingiu 6,6 graus na escala Richter, danificando um transformador elétrico da central nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, no centro do Japão. No total, foram registrados 50 problemas na central nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, operada pela Tokyo Eletric Power, incluindo incêndios, vazamentos de água e óleo, tubulações, pequenos vazamentos de cobalto-60 e cromo-51 para a atmosfera, além de equipamentos quebrados, depois do terremoto. Cerca de cem tambores/containers contendo resíduos tóxicos foram derrubados pelo terremoto e vários apresentaram perda de líquido.
A preocupação da população “vizinha” de uma central nuclear não é despropositada, se considerarmos que, atualmente, o Japão opera 55 centrais nucleares e os terremotos são comuns no Japão, que fica em uma das áreas de maior atividade sísmica do mundo.
* Com informações do Mainichi Daily News, Japan.
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