Aquecimento Global: Frequência de dias com recorde de calor aumentará dez vezes até 2100, diz IPCC
As ondas de calor, recordes de temperatura e as chuvas intensas devem ser mais frequentes até o final deste século, destaca relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima) sobre Gestão de Riscos de Eventos Extremos e Desastres para avançar
na Adaptação às Mudanças Climáticas (SREX), divulgado nesta quarta-feira (28). Do UOL, em São Paulo
Thomas Stocker, co-presidente do Grupo de Trabalho I, que participou da elaboração do relatório, diz que o recorde de temperatura em um dia registrado hoje a cada 20 anos está projetado para ocorrer a cada 2 anos se não forem adotadas medidas de combate às mudanças climáticas. Se as medidas mais pessimistas forem tomadas, a frequência pode cair para 1 dia a cada 5 anos até 2100.
Em termos absolutos, a temperatura máxima diária de 20 anos aumentará de 1º a 3ºC até a metade do século e poderá chegar a 5º mais quente até 2100, dependendo da região e do cenário de emissões. O relatório destaca ainda que o aumento das temperaturas globais não implica necessariamente no aquecimento de todas as regiões e em todas as épocas.
Desde 1950, é muito provável que tenha havido uma diminuição global do número de dias e noites frias e um aumento global do número de dias e noites quentes. Tais mudanças teriam ocorrido em escala continental, na América do Norte, Europa e Austrália. Há uma confiança média (em uma escala que tem confiança alta, média e baixa) em uma tendência de aumento de temperaturas extremas diárias em grande parte da Ásia.
Globalmente, em muitas regiões o comprimento, número de períodos quentes ou ondas de calor devem ter aumentado desde a metade do século 20. É provável que a ação do homem tenha influenciado o aquecimento da temperatura diária mínima e máxima na escala global.
Para o fim do século, é praticamente certo que aumentará a frequência e magnitude de dias e noites quentes e que diminuirão os dias e noites frios ao longo do século 21.
O relatório diz ainda que em mais regiões ocorreu o aumento no número de eventos de precipitação pesados, mas que há grandes variações regionais. A América do Norte deve sofrer mais com grandes chuvas, já regiões da Europa serão menos afetadas.
Além disso, os cientistas acreditam no provável aumento na frequência de precipitações intensas ou aumento na proporção de quedas pesadas em muitas áreas do globo, em especial nas regiões de altas latitudes e tropicais, e no inverno nas latitudes médias do norte. A projeção é de que a máxima taxa de precipitação em 24 horas registrada em 20 anos passe a ser a cada 5 ou 15 anos até o final do século.
“O relatório fornece diferenciação entre as mudanças observadas e as projetadas em extremos de temperatura, precipitação e seca em todos os continentes do globo “, diz Stocker.
EcoDebate, 29/03/2012
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