Site do Cebimar disponibiliza raras imagens de organismos marinhos
Está no ar desde setembro o site Cifonauta. Trata-se de um banco de imagens do Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da USP, com mais de 11 mil imagens, 260 vídeos e tours, seleção de fotos sobre temas de interesse de biólogos e pesquisadores que estudam o ambiente marinho – e também de qualquer pessoa que tenha curiosidade sobre a diversidade da vida nos oceanos e as imagens impressionantes que produz. O site pode ser acessado no endereço http://cifonauta.cebimar.usp.br.
O projeto foi criado pelos pesquisadores Álvaro Esteves Migotto e Bruno Vellutini, e o processo de montagem do site durou cerca de dois anos, entre o início das programações e as fases de teste em sistema fechado. Hoje o site ainda está em estágio beta, mas praticamente “90% finalizado”, segundo Migotto. Os criadores estão atentos para sugestões e críticas de usuários para aprimorar conteúdo e performance.
Todo o conteúdo apresenta referências bibliográficas e uma ficha técnica do organismo, contendo seu tamanho, local de origem e nome científico, por exemplo. A estrutura de buscas se dá através de diversos marcadores ou da classificação taxonômica, ou seja, divisão por reino, filo, classe, até chegar à espécie desejada – lembrando que a principal proposta do site é que se possa compartilhar informações científicas e divulgar a biodiversidade marinha através de imagens.
Outro objetivo é tornar-se uma referência de qualidade na internet, onde, apesar da quantidade de informação disponível, a procedência e confiabilidade são duvidosas. Nesse sentido, “o site tem recebido um retorno bastante positivo”, afirma Migotto.
O conteúdo do banco está, integralmente, sob a licença de uso Creative Commons, que permite a divulgação do conteúdo desde que dados os devidos créditos do trabalho e que seja utilizado para fins não comerciais, sem necessidade de pedir autorização para isso. Dessa forma, a ciência pode ter um fôlego maior de divulgação sem que o trabalho seja vulgarizado pela pirataria. Segundo Migotto, o modelo “é o ideal porque permite flexibilidade para uso não comercial”.
O Cifonauta, como está explícito no site, não é quem gerencia os direitos das imagens caso alguma empresa ou editora deseje utilizá-las, mas coloca-as em contato com o autor, que é quem negocia o possível uso comercial. Técnicas – As fotos veiculadas são feitas com diversas técnicas. Normalmente câmeras digitais são acopladas em microscópios óticos ou eletrônicos, dependendo do organismo que está sendo fotografado, podendo ser aumentada a resolução em até mil vezes. Uma outra técnica, pouco utilizada por ter um custo bastante elevado, consiste no uso de um microscópio eletrônico de varredura (MEV), utilizando-se de um feixe de elétrons para realizar a fotografia, através de um processo altamente sofisticado.
Os dois fundadores do site concordam que falta divulgação da biologia marinha. Migotto diz que “há pouca informação, e de qualidade há menos ainda”, enquanto Vellutini acredita que a vida nos oceanos está cada vez mais em foco, mas muito pouco pela sua importância nos ecossistemas do planeta. “Temos uma costa oceânica imensa e conhecemos muito pouco sobre ela”, comenta. É nesse sentido que “as imagens são bons instrumentos de divulgação para a biologia marinha, pois despertam a curiosidade e a reflexão sobre a enorme diversidade dos oceanos”, acrescenta Vellutini.
O Cifonauta começou a ser desenvolvido há cerca de dois anos, após ter sido enviado um projeto maior ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que foi aprovado com restrições no orçamento. A prioridade, então, foi dada à montagem do banco de imagens. Inicialmente, as versões mais antigas do site do Cebimar já continham galeria de fotos, com um número aproximado de mil imagens de organismos.
Em 2007 houve a exposição fotográfica “Oceano: Vida Escondida”, que evidenciou o interesse imagético do público pela biologia marinha. Desde então, o projeto evoluiu e hoje disponibiliza um grande arsenal de informações para os interessados. Segundo Vellutini, o próximo passo do projeto será captar imagens feitas por pesquisadores que desejam divulgar seu trabalho no banco e contribuir para que o conteúdo seja representativo e cada vez mais completo.
Reportagem de Marco Aurélio Martins, do USP Online, publicada pelo EcoDebate, 31/10/2011
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