Ibama e Polícia Federal prendem traficantes de animais e vão investigar compradores
A Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desarticularam, ontem (10), uma quadrilha de comércio ilegal e tráfico internacional de animais. Seis pessoas foram presas e, segundo o Ibama, o próximo passo é investigar os compradores e criadouros que funcionam como fachada para o comércio irregular.
A quadrilha vendia animais por meio de uma página na internet, sem autorização do Ibama para a comercialização dos bichos. O grupo recebia encomendas de espécies exóticas, capturava os animais de forma ilegal, na natureza ou em criadouros irregulares, e enviava para compradores no Brasil e no exterior.
De acordo com o coordenador-geral de Fiscalização do Ibama, Bruno Barbosa, entre as espécies mais comercializadas pela quadrilha, estavam aves da família dos psitacídeos, como araras e papagaios. Também há registros de tráfico de répteis e mamíferos da fauna brasileira e de países vizinhos. “Encontramos muitos lagartos, cobras raras, sapos. E também escorpiões e aranhas, o que pode configurar biopirataria, para uso das informações genéticas pela indústria farmacêutica”.
Batizada de Operação Arapongas, a ação foi desencadeada em São Paulo, no Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, na Bahia, no Ceará e na Paraíba. Os agentes cumpriram 25 mandados de busca e apreensão.
O alvo das investigações a partir de agora serão os compradores dos animais e os responsáveis pelos criadouros, que, em alguns casos, tinham registro no Ibama para atividades conservacionistas, mas forneciam espécies para o comércio ilegal. “A operação vai ter desdobramentos. Criadouros que tinham registro para pesquisa científica e foram arregimentados para o tráfico internacional serão fechados”.
Segundo Barbosa, quem compra animais sem autorização do Ibama também comete crime. A orientação, segundo o coordenador de Fiscalização, é consultar o órgão ambiental antes de procurar um animal no comércio. “No site do Ibama, há informações claras sobre os criadouros e quanto às espécies que podem ser compradas no Brasil”.
Reportagem de Luana Lourenço, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 11/08/2011
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