Aldo Rebelo acata sugestões e apresenta seu parecer sobre o Código Florestal
O relatório final sobre o Código Florestal apresentado ontem (2) pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) apresenta alguns recuos em relação à proposta anterior sobre a delimitação das áreas de Preservação Permanente (APPs). Rebelo queria que ela ficasse em 15 metros de largura para as faixas marginais de cursos de água de menos de 10 metros, mas cedeu e colocou em seu relatório 30 metros como desejam os ambientalistas. Com isso, a delimitação de áreas para as margens de córregos e rios varia de 30 metros a 500 metros, de acordo com a largura do curso d’água.
O relator também incluiu em seu parecer que os produtores rurais poderão fazer sua reserva legal fora do estado onde está a propriedade, desde que no mesmo bioma, além de também possibilitar a reserva legal coletiva. Ele define, em seu parecer, que no topo de morros, montes, montanhas e serras com altura mínima de 100 metros e, ainda, em altitude superior a 1.800 metros serão admitidas culturas lenhosas perenes, atividades florestais e pastoreio extensivo, desde que não ocorra supressão da vegetação nativa.
Na regularização ambiental em área de preservação permanente, Rebelo também incluiu em seu parecer que, no caso de áreas rurais consolidadas localizadas em áreas de preservação permanente nas margens de cursos d’água até 10 metros de largura , será admitida a manutenção das atividades agrossilvopastoris desenvolvidas, desde que seja recuperada uma faixa de 15 metros contados da calha do leito regular do rio, e que sejam observados critérios técnicos de conservação do solo e da água.
“A proposta para todos os agricultores é que eles poderão compensar a reserva legal que não tem de várias maneiras para se regularizarem. Poderão computar reserva legal e APP”, disse. “Os pequenos agricultores de até 4 módulos fiscais declararão como reserva legal aquela existente em sua propriedade até 2008. Terão obrigação da área de preservação permanente, mas não serão obrigados a recompor a reserva legal que não tenham na propriedade subtraindo espaço da sua sobrevivência”, completou.
Aldo Rebelo disse, ainda, ter a esperança de que o governo compreenda a sua proposta em relação aos pequenos proprietários. “Se resolvemos o problema dos médios e grandes agricultores, porque é que não vamos ajudar a resolver o problema dos pequenos agricultores”.
Segundo o relator, o esforço feito para a elaboração do parecer foi para atender os agricultores e a proteção do meio ambiente. “Eu espero que ele resulte na aprovação de algo que, se não contenta a todos, pelo menos resolve os problemas da maioria”. De acordo com Rebelo, o mais importante é aprovar uma nova legislação que atenda os interesses da maioria, “que possa ajudar o país a produzir alimentos e proteger o meio ambiente”.
Reportagem de Iolando Lourenço, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 03/05/2011
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FAIXAS MARGINAIS DE CURSOS DE ÁGUA.
Sem querer atiçar lenha na fogueira neste momento, até por que a minha visão pode ser equivocada, sempre discordei do enfoque que se tem dado a preservação destes mananciais,se não vejamos:
1º – Imaginemos um córrego com 5,oom. de largura, que tenha nas suas margens uma plantação de soja de 2.ooo Ha.
No periodo de preparo do solo (aração e gradagem), e com solo ainda desnudo, com as chuvas torrenciais, a quantidade
de sólidos (terra,pedras,restos de vegetação)carreados para dentro deste pequeno curso de água será enorme, provocando rapidamente o seu assoreamento (alguns destes pequenos cursos não possuem força – corredeiras-para carrear estes sedimentos.
2º – Imaginemos agora, um rio com 200m. de largura, tendo nas suas margens a mesma plantação de soja com 2.000Ha
O primeiro com 30m. de proteção, o segundo com 200m.,em qual dos dois o assoreamento seria mais prejudicial?
O primeiro, evidentemente em poucos anos teria sua capacidade de resiliência zerada. Esta é a razão do meu ponto de vista, – os pequenos cursos sem os quais os grandes não existeriam – deveriam ter, por paradoxal que pareça, uma proteção maior (em metros)das suas margens.
Plantações de soja e outras culturas anuais(com grande movimentação de terra)deveriam guardar pelo menos 200m. destes pequenos cursos. Pequenos agricultores poderiam enquadrar na faixa dos 30m., mas tão somente para culturas perenes (frutíferas), sendo os mesmos impedidos de a utilizarem para outras culturas, inclusive o pastoreio.
É assim que eu acho, posso estar equivocado.
05/05/2011.