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Ficha Limpa: A dignidade não pode acabar, artigo de Américo Canhoto

[EcoDebate] Como votar com consciência; se desde criancinha ouvimos o popular bordão referendado pela justiça de todas as instâncias; principalmente das ditas superiores; as TS da vida.

Votar no menos pior – naquele que rouba menos? Rouba; mas faz…

É fácil dizer que os políticos são aproveitadores ou ladrões…

No Brasil, geração após geração, a repetição de fatos públicos ligados a decisões políticas criou uma perigosa deturpação: a confusão entre a arte da política e a politicagem ou a safadeza dos donos dos currais eleitorais que comandam o rebanho dos ignorantes necessitados de privilégios…
São coisas de identidade bem diferenciadas; que a repetição continuada e; a impunidade transformou numa coisa só. Poucos; muito poucos que militam na área política se esforçam para mudar esse estado de coisas, até porque, sonham, desejam manipular as pessoas para proveito próprio.


Não adianta tentar tapar o sol com a peneira da perseguição política e pessoal: Na cultura política nacional, toda pessoa ligada ao meio é vista pela maioria como falsa e aproveitadora.

Nosso maior problema como uma nação, não é a miséria, a fome, a violência ou o desemprego do presente. É a criança que cresce e forma sua visão de mundo da política, ouvindo dos pais e dos adultos que, a política é a arte da enganação, da roubalheira.

Essa cultura ou educação política tende a afastar muita gente boa e capaz da política. O que explica em parte a formação das oligarquias dos antigos coronéis sendo perigosamente substituídos por facções religiosas dominando partidos políticos.

Manipuladores x manipulados:

Existe uma face invisível do poder: a classe média ou maioria silenciosa; constituída por boa parte dos que vivem à custa de manter a turma dos poderosos de carteirinha: apenas para satisfazer seus interesses.

O arrocho sobre os medianos é um aviso da natureza; pois os mais perigosos para a paz social são os meio-termos, os um pouquinho mais do que os outros, os que se degladiam entre si para manter os interesses dos que tentam manipular o poder. Na sua ânsia de riqueza e de poder ignoram a arte da política como instrumento de progresso, mantendo-a como politicagem.

A atitude, de teimosamente, ignorarmos a vivência política como uma das mais importantes ferramentas de gerenciamento dos interesses pessoais que devem ser compartilhados gerando o interesse coletivo. Além de nos trazer a violência interna, é capaz de nos colocar à mercê da decisão de outros povos, na forma de guerras econômicas, protecionismos.

O Analfabetismo político pode destruir a Nação.

DIGNIDADE JÁ!
Precisamos acabar com pedintes de favores; como a maioria dos “analfabetos políticos” que na hora de exercer seu direito de escolha elegem como seus legítimos representantes sujeitos parecidos com eles.

Deixam-se influenciar por pesquisas; e, na hora de votar; CLICAM; nos que estão na frente, para logo depois, quando seus interesses mais imediatos são contrariados, criticarem os que elegeram. Para depois até jurar por Deus que não votaram neles; falsos que são.

Na hora de exercer seu direito e dever de escolha votam a troco de belas e vazias palavras, bolas, camisetas, camisinhas, bolsas – famílias, chuteiras, canetas, dentaduras, badulaques, ou promessas de empregos para seus familiares.

Todos nós somos capazes de pensar.

Todos nós temos o direito e a liberdade de observar, refletir e agir.

Portanto: A falta de iniciação no beabá político é uma gravíssima doença social.

Que pode acabar com as esperanças de um indivíduo, de uma família, de um grupo social, ou até de uma Nação.

É muito triste ver nossos filhos e jovens, crescendo e alimentando a esperança de ter uma vida melhor “lá fora” – lavando pratos e enxugando com seu diploma. Ainda carecemos de identidade como povo e, num mundo que virou quintal de alguns países, isso pode nos levar a perder a auto-determinação.

Educação política é a solução (matéria a ser ensinada em Universidades.

A qualquer momento, e não apenas; num longo prazo; a solução para muitos ou todos os nossos problemas sociais está em politizar as pessoas.

Um cidadão politizado exige seus direitos, cobra a justa aplicação das leis e, não cria a dependência dos privilégios, das esmolas e dos favores dos que se apossam do poder.

A dependência de qualquer tipo sob qualquer circunstância; traz sérios problemas coletivos e, cria conflitos complicados e dolorosos nas diversas “cadeias sociais”, superpopulosas, de todos os tipos.

Afinal; na prática há tanta diferença entre uma penitenciária e uma empresa onde vale tudo, até matar ou morrer para sobreviver no emprego ou no cargo?

A educação política pode ensinar as pessoas que a vida em comum é interdependente.
Todos nós interdependemos uns dos outros.

Quando as pessoas se politizarem, estarão capacitadas a perceber que nunca dependeram nem dependem de ninguém; apenas interdependem, se complementam. Exigem e tornam-se parte atuante do conceito de responsabilidade social; que vira palavras vazias sem pessoas.

Em se tratando de política:

Não são os políticos que vão mudar as coisas; e sim, o Povo, as pessoas comuns; mas, apenas, quando se tornarem mais exigentes de seus direitos e não de privilégios.

É pena que para isso, a maioria precise levar muitas “surras da vida”. O que é uma mera decisão de política íntima, apenas uma questão de escolha…

Não deixe o projeto FICHA LIMPA IR PARA O RALO – muito menos que gere saldos bancários em paraísos aqui ao lado…

Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.

* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 22/07/2010

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4 thoughts on “Ficha Limpa: A dignidade não pode acabar, artigo de Américo Canhoto

  • Ana Paula.

    Maravilha.

    somos só nos dois neste pequeno universo de leitores conscientes – mas, já podemos fazer um belo estardalhaço para acordar os dorminhocos.

    ziriguidum prá você também.

  • Acho que podemos construir um Brasil melhor se seguirmos a linha de nossos avós que não votavam em Adhemar, “que rouba mas faz”, de nossos pais e nós mesmos que não votamos em Maluf “que rouba mas faz”, nem em Lula “que fez o mensalão mas também fez o PAC” e seus representantes. Se em 2005 ainda estivéssemos em um Estado de Direito pleno, como em 1992, teríamos um evidente ‘impeachment’.
    Em seu texto, Dr. Américo, fica subentendido que ‘politizar as pessoas’ representa o esclarecimento sobre as mazelas e manipulações políticas, portanto a conscientização dos cidadãos em relação ao discurso ideológico ou demagógico que disfarça intenções de iludir para se apoderarem do bem público (a atual privatalhação das estatais, agências, ministérios e entidades governamentais por parte dos “donos” do poder).

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