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A Cigarra e a Formiga, versão atual, artigo de Américo Canhoto

Dr. Américo Canhoto
Dr. Américo Canhoto

[EcoDebate] A vida é uma interminável sucessão de fatos que se tornam recursos pedagógicos no day bay day.

Uma das principais leis da vida é o progresso interminável; até o limite da nossa compreensão; fundamentado na lei do trabalho. No momento presente a copa do mundo a África do Sul é o exemplo vivo da lei do trabalho; mas, do trabalho inteligente.

Neste evento, como deveria ser: o labor consciente supera o potencial inato; mas, pouco eficiente. Alguns dos potenciais candidatos a campeões foram mais cedo para casa – dentre eles: Argentina e Brasil.

Usando este evento podemos recordar uma fábula relacionada à lei do trabalho.


A Cigarra e a Formiga é uma das fábulas atribuídas a Esopo, mendigo contador de histórias da Grécia que viveu entre 620 a 560 anos a.C. Consta que teria nascido em alguma cidade da Anatólia. Suas fábulas são conhecidas em todo o mundo. Esta fábula da Cigarra e a Formiga foi recontada por Jean de La Fontaine; e acabou muito popularizada.

A fábula contada por Jean de La Fontaine:

Tendo a cigarra cantado durante o verão apavorou-se com o frio da próxima estação.
Sem mosca ou verme para se alimentar, com fome foi ver a formiga, sua vizinha, pedindo-lhe alguns grãos para agüentar até vir uma época mais quentinha!
-“Eu lhe pagarei”, disse ela, – “antes do verão, palavra de animal, os juros e também o capital”.
A formiga não gosta de emprestar, é esse um dos seus defeitos. – “O que você fazia no calor de outrora?” perguntou-lhe com certa aspereza.
“Noite e dia, eu cantava no meu posto, sem querer dar-lhe desgosto”.
– “Você cantava? Que beleza! Pois, então, dance agora!

AGORA UMA TRADUÇÃO DE BOCAGE em versos
Tendo a cigarra em cantigas
Passado todo o verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga.
Que morava perto dela.
.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riquesa e brilho,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o aceso estio.
.
– “Amiga, diz a cigarra,
-“Prometo, à fé d’animal,
Pagar-vos antes d’agosto
Os juros e o principal.
.
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
– “No verão em que lidavas?”
À pedinte ela pergunta.
.
Responde a outra: – “Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora”.
-“Oh! bravo” – Torna a formiga.
-“Cantavas?”- Pois dança agora!”.

LIÇÃO DE VIDA: Os que não pensam no dia de amanhã, pagam sempre um alto preço por sua imprevidência

Voltando á copa do mundo: Enquanto brasileiros e argentinos se “embriagavam na soberba” de possíveis melhores do mundo e imbatíveis na técnica e na habilidade, sambavam e tangavam; os outros trabalhavam de forma inteligente, disciplinada e metódica; criando rotinas e jogadas que fluíam como máquinas impiedosas a destroçar o orgulho cada vez mais ferido das cigarras do futebol.

Claro que sem as cigarras o esporte ficaria muito chato; elas trazem beleza e plasticidade – tal e qual a relação entre razão e emoção – cá entre nós, a razão deve dar direção adequada ás emoções – este universo seria muito chato sem a emoção; mas, sem a atuação forte da razão continuaríamos eternamente seres potenciais.

Claro que tudo vai continuar como antes no quartel de Abrantes; pois, os que deveriam aprender alguma coisa; pouco ou nada aprenderão dessa lição – assim diz a história.

Neste momento de reflexão é hora de aprender a arregaçar as mangas e trabalhar muito para que deixemos de ser o eterno país do futuro.

Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.

* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 08/06/2010

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