Cores e Conceitos, artigo de Ana Paula de Carvalho
[EcoDebate] Um dia me disseram que a terra era azul, palavras proferidas com muito espanto pelo primeiro astronauta, quando teve a liberdade da gravidade e o olhar de todo um mundo em meio ao negro celeste e cintilante das estrelas, a solidão daquele momento deve ter sido uma coisa única e ao contrario do que se pensa, estar só e estar sozinho são coisas diferentes, estamos sós quando queremos e optamos por isso, mas estamos sempre sozinhos quando não temos nada em nossa volta que nos conforte ou faça a diferença.
Em alguns lugares existem Auroras Boreais, em outros Céus Vermelhos ao Amanhecer, invariavelmente nosso mundo é colorido e temos o dom de poder distingui-las, por esse motivo jamais devemos ensinar a ver cores nas pessoas, ou símbolos na nossa fé. Existem coisas que são unanimidades e não podemos discuti-las, já que não temos explicações para tal, outras mais ao nosso alcance, devem determinar com muita sensatez os caminhos a percorrer.
Quando despontamos sobre a superfície deste planeta nos vemos cheios de contas de longo prazo, e assim mesmo, fazemos planos de envelhecer uns com os outros numa corrida interminável em busca da resposta para todos os enigmas da humanidade. O vento e o mar são todas as músicas que precisamos para nossas inspirações e através dos nossos olhos podemos ter uma visão completa do mundo que nos cerca.
Ainda assim, atribuímos conceitos a tudo o que está ao nosso alcance, sem ao menos nos importarmos com o contexto implícito que os acompanha. Não podemos nos deixar levar em momento algum por pré conceitos já existentes, nos ensinaram a escutar os mais velhos, porque através deles sempre podemos ultrapassar barreiras, experiências e não cometer os mesmos erros que atravessam gerações. Infelizmente, a memória não passa para os indivíduos geneticamente, o que certamente ganharíamos muito tempo no processo evolutivo, mas mesmo assim não lhes damos o valor devido.
Entretanto o que nos leva sempre adiante e nos faz melhores é exatamente o fato de sermos humanos e errarmos, admitirmos os erros já é meio caminho para a ascensão como pessoas, não somos iguais, nunca seremos e nem queremos ser, a diversidade é multiplicadora e assim temos um mundo plural. Quem define as regras a serem seguidas são os homens, a natureza apenas nos aponta os caminhos de acordo com a sua vontade. Em países frios temos gente menos calorosa e em países quentes mais floridas, nosso país tem a particularidade de ser caloroso e florido nos seus habitantes e na sua cultura.
Tamanha riqueza como esta é de tirar o fôlego a qualquer um, não é preciso amarelo na bandeira para representar o ouro que possuímos, mas sim o sol que nos aquece, o verde não precisa ser as matas, e sim a esperança, ainda que esta possa ser de qualquer cor, e ainda que no passado a própria natureza pela sua geografia tenha colocado os vermelhos na América, os negros na África, os amarelos na Ásia e os brancos na Europa, acabamos por querer ultrapassar essas fronteiras ainda que por razões econômicas.
Portanto, conceitue todas as coisas que possa tocar baseadas no que elas são e não no que dizem que são, quebre barreiras e misture-se as perguntas ainda sem respostas. Faça suas escolhas sabendo o chão em que pisa, pois ele foi forjado a ferro e fogo através dos tempos para seu único usufruto, trate-o bem e a seus habitantes, acima de tudo seja Brasileiro!
Colaboração de Ana Paula de Carvalho, 40 anos, engenheira civil, para o EcoDebate, 06/07/2010
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