O fermento que leveda a massa, artigo de Américo Canhoto
Américo Canhoto
[EcoDebate] Alguns acontecimentos noticiados no dia a dia dos últimos tempos nos mostram a importância e a força das idéias e dos idealistas convictos; que, mesmo sendo ainda poucos podem derrotar grandes corporações e jogo de interesses que se degladiam entre si na arena da ganância dos próprios desejos pessoais.
Pegando carona em assuntos do momento; esse mecanismo, explica, por exemplo, por que a usina de Belomonte não será construída apesar das bravatas de alguns fortemente interessados – e explica por que a maioria das pessoas que tomou a primeira dose da vacina H1N1 se recusará a tomar a segunda mesmo sob pressão de noticiários sob encomenda.
Claro que tudo depende da convicção e da capacidade de convencimento das forças oponentes seja pela qualidade dos argumentos, pela truculência; ou pelo poder da grana.
Como isso acontece?
A partícula de energia liberada pelo pensamento detém a possibilidade de receber a ação do sentimento, que a direciona e impulsiona seja para o bem ou para o mal.
Na falta de melhor terminologia podemos chamar essas partículas de raios da emoção e do desejo; que formam um campo magnético (campo da aura humana) no qual o emissor passa a viver. Elas quando emitidas pelo indivíduo são capazes de afetar o campo magnético de criaturas que vibram no mesmo padrão, numa incessante troca de imagens e símbolos entre os cérebros, refletindo e retornando ao emissor. Essa é a forma de comunicação básica entre o plano físico e o extrafísico.
Não é preciso estar presencial.
Na nossa linha mestra do exercício desta reflexão, a colocação de Jesus sobre o fermento que leveda a massa serve de diretriz.
Á primeira vista imaginamos que esse fenômeno estivesse vinculado apenas aos exemplos de postura e atitudes; mas, fica a cada dia mais claro que somos capazes de interagir e modificar tanto o nosso padrão vibratório; quanto interferir no dos outros; por processos eletromagnéticos que não vemos, mas que podem ser medidos e avaliados.
Convém associar o conceito do “vigia e ora”, pois se vigiarmos e orarmos (nada a ver com rezadeira – conversar mentalmente com o ecossistema que será destruído com a construção da usina é uma forma xamânica de oração) continuamente; daí, a influência que exercermos uns sobre os outros passa a ser cada vez mais salutar e até amorosa.
Alerta: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura” (DP)
Quando não agüentamos mais e nos sentimos “esgotados”; imaginando que o mal, através dos interesses escusos e egoístas de algumas pessoas e corporações sempre triunfará; neste momento a influência da indução das idéias de outras mentes que comungam conosco os mesmos ideais nos abastece e fortalece; mesmo que através da mídia recebamos ordens de pender para o lado do negativismo; pois, se estivermos continuamente abertos ás nossas próprias idéias e convicções; nós nos tornamos refratários às ações malfazejas, caminhando mais facilmente para a paz e o equilíbrio.
A cooperação pode ser comparada a um processo de simbiose mental – emocional. “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome; entre eles estarei” (Jesus).
Até que se torne comunhão; a vida em simbiose pode ser simples e útil; quando os seres se realimentam; tanto em energia quanto em idéias e aprendizado.
Por que razão os dois exemplos de interação em andamento que demos resultará na vitória do bom senso?
Quando um começa a lucrar ás custas de um prejuízo ao outro a relação desemboca no parasitismo; que no ser humano além de colaborar para esgotar as energias do outro, ainda é gerador de kharma negativo. Por outro lado; essa relação é benéfica a todos quando as capacidades mentais do hóspede superam a do hospedeiro; abrindo-lhe novos horizontes e isso acaba sendo repassado a todo grupo e a comunidade – no caso, todos nós como sociedade sairemos lucrando com a discussão social; mas ainda tenha pouco da arte da política; embora a conta bancária de alguns sofra.
Cuidado:
As coisas não são tão simples como parecem; pois, os desajustamentos simbióticos entre mentes; leva á doença mental com repercussão ao longo do tempo no corpo físico (no caso: instituições; grupos; partidos políticos); os sintomas são de toda natureza, nos mais variados sistemas públicos e privados e nos órgãos; também os desmaios e as convulsões são comuns (chiadeira das empresas perdedoras e dos seus prepostos que deixarão de lucrar).
O conjunto dos peripakes costuma ser tão “nada a ver uma coisa com outra” que, causa espanto e desconcerta os profissionais, pois não se enquadram em problemas conhecidos; muito menos podem ser diagnosticados por aparelhos que possam medir a falta de energia em breve futuro.
Claro que a mídia; especialmente a TV mina pouco a pouco a já combalida mente dos eternos espectadores; e, além de minar-lhe as forças e qualquer tipo de resistência psicológica, quase zerando a força da vontade; passa a impor idéias de comprar tudo que lhe seja oferecido e a cobaia as recebe e assimila agindo como se fossem suas.
Mas, é preciso que os idealistas não esmoreçam nem se vendam, como o fizeram os antigos revolucionários que lutaram contra a ditadura (parte apenas fingiu) e hoje usufrui de algo que não fez por merecer.
No exemplo citado: como nos movimentamos na aura do planeta como parte constituinte e integrante dela; nossa mente interage com as que lhe são afins o tempo todo; daí, nós influenciamos e somos influenciados para impedir que desastres sejam perpetuados.
Cuidado:
Podemos deduzir que a obsessão gerada pela mídia de ação rápida planejada ou involuntária; é agente importante tanto na constituição quanto na manutenção da doença dos interesses escusos de qualquer tipo; tanto que quando caminhamos em direção á cura que é gradual, o tratamento de desobsessão é vital, sem ele é quase impossível a cura.
Se não puder nem quiser fazer algo pelo bem da comunidade e do planeta; ao menos ore; apenas um pouquinho acima dos interesses do seu próprio umbigo (interesses pessoais e familiares).
Nem que seja em oração: junte-se aos que prometem agir:
Os Kayapó Metuktire, da aldeia Piaraçu, bem como diversos povos indígenas do Brasil, tem reafirmado sua luta contra a obra da Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA). As ações se intensificaram depois que o leilão para a escolha do consórcio responsável pela construção da usina foi realizado no dia 20 deste mês, em Brasília. Desde sexta-feira (23), os indígenas paralisaram o tráfego da balsa que corta do Rio Xingu, na BR-080, no Mato Grosso.
Em 26/4, os grupos que serão direta ou indiretamente afetados pelo empreendimento mandaram recado contundente ao presidente Lula por meio de comunicado assinado pelo cacique Megaron Txucarramãe. No texto, eles dizem que Lula é o inimigo número um dos povos indígenas do país, seguido de Márcio Meira, presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Leia na íntegra o comunicado:
Comunicado
Nós lideranças e guerreiros estamos aqui em nosso movimento e vamos continuar com a paralisação da balsa pela travessia do rio Xingu. Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva insistir de construir a barragem de Belo Monte nós vamos continuar aqui.
Nós ficamos com raiva de ouvir Lula falar que vai construir Belo Monte de qualquer jeito, nem que seja pela força!!!
Agora nós índios e o povo que votamos em Lula estamos sabendo quem é essa pessoa.
Nós não somos bandidos, nós não somos traficantes para sermos tratados assim. O que nós queremos é a não construção da barragem de Belo Monte.
Aqui nós não temos armas para enfrentar a força. Se Lula fizer isso ele quer acabar com nós como vem demonstrando, mas o mundo inteiro vai poder saber que nós podemos morrer, mais lutando pelo nosso direito.
Estamos diante de um governo que cada dia que passa se demonstra contra nós indios. Lula tem demonstrado ser inmingo número um dos índios e Márcio Meira, o atual presidente da Funai, tem demostrado ser a segunda pessoa no Brasil contra os índios, pois, a Funai não tem tratado mais os assuntos indígenas, não tem demarcação de terra indígena mais, não tem fiscalização de terra indígena mais, não tem aviventação em terra indígena.
Os nossos líderes indígenas são impedidos de entrarem dentro do prédio da Funai em Brasília pela Força Nacional. O que está acontecendo com nós indios é um fato de grande abandono, pois, nós indios que somos os primeiros habitantes deste paíis estamos sendo esquecidos pelo governo de Lula que quer a nossa destruição.
É esta a conclusão que chegamos.
Líder indígena Megaron Txukarramãe
Aldeia Piaraçu, 26 de abril de 2010.
Quem apenas cobra e não faz nada assemelha-se aos vampiros.
À semelhança do vampirismo nos reinos inferiores a relação entre hospedeiro (comunidade) e o agente invasor (corporações e donos do poder) é altamente lesiva ao que hospeda podendo levá-lo à loucura (desordens sociais) ou à morte (revoluções armadas). Mas, nas de longo curso sempre há a adaptação do hospedeiro ao parasita (reeleição de corruptos e medíocres).
As obsessões ou parasitoses corporativas podem ser ocasionais e temporárias; até aquelas as que ultrapassam a vida física do hospedeiro ou o que sofre a ação.
Há cura para nossa preguiça de pensar e agir?
A cura definitiva dessas verdadeiras infecções sociais e de falta de ética de todos os tipos; apenas se fará a partir do momento em que o hospedeiro (comunidade) ou o que sofre a ação melhore sua condição de inteligência crítica. A melhora da qualidade do oprimido é condição essencial para a resolução, pois “se apenas espantamos as moscas sem curar a ferida; elas ou outras sempre retornam”.
No pessoal:
Quer saúde? – Pense saúde!
Quer paz? – Pense e sinta paz!
Deixe de inventar problemas e invente soluções.
PENSE BEM.
PENSE FORTE.
SEJA CONVICTO.
Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.
* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 03/05/2010
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Excelente artigo, aborda uma questão tão trágica como a Construção da Belo Monte ás custas do desaparecimento de um povo, de maneira positiva evocando nossas qualidades mais internas e não menos eficientes do que os poderes sujos. Oremos e vigiemos sempre.