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Alteração genética faz bactéria excretar petróleo

Cientistas descobriram uma alteração genética que faz bactérias minúsculas comerem restos agrícolas, como lascas de madeira e palha de trigo, e excretarem petróleo bruto. O “produto” das bactérias poderá mover um veículo, pela primeira vez, dentro de um mês, de acordo com Greg Pal, 33 anos, executivo do setor de softwares. Da Redação Terra, Terça, 17 de junho de 2008, 17h37 Atualizada às 17h34.

Segundo o jornal britânico The Times, Pal é diretor da LS9, uma das várias companhias da região do Vale do Silício que menosprezou as tradicionais atividades de alta tecnologia e embarcou numa corrida para tornar obsoletos os barris de petróleo da Arábia Saudita. “Todos nós aqui, cada um nesta empresa e nesta indústria, sabem da urgência disso”, disse Pal.

Eles estão tentando fazer um produto que gere petróleo. A empresa afirma que este “Petróleo 2.0” não será só renovável, mas também produzirá pouco dióxido de carbono.

Segundo Pal, os insetos da LS9 são organismos de uma única célula, do tamanho de uma bilionésima parte de uma formiga. Elas começam como levedura ou como um tipo não-patogênico da bactéria E. coli durante fermentação, mas são modificadas geneticamente.

“De cinco a sete anos atrás, o processo teria levado meses e custado centenas de milhares de dólares”, disse Pal. “Agora isso pode levar semanas e custar talvez US$ 20 mil” (equivalente a cerca de R$ 32,2 mil).

Como a estrutura do petróleo bruto está próxima, em termos moleculares, dos ácidos graxos geralmente excretados pela levedura ou bactéria E. Coli durante a fermentação, não se leva muito trabalho até chegar no resultado desejado. O petróleo bruto pode ser refinado e virar petróleo ou combustível para aviões a jato.

Usar insetos modificados geneticamente para fermentação é essencialmente o mesmo que usar bactérias naturais para produzir etanol, embora o processo final de destilação, que utiliza muita energia, seja praticamente eliminado, uma vez que os insetos excretam uma substância quase pronta para ser consumida.

O mais próximo da produção em massa que a empresa chegou foi com a máquina de fermentação de mil litros, que parece uma jarra gigante de aço, próxima a um computador do tamanho de um guarda-roupas ligados por cabos e tubos.

A máquina pode produzir o equivalente a um barril por semana e ocupa 40 m² em sua base. Para subsituir o consumo semanal americano, de 143 milhões de barris de petróleo, o equipamento precisaria cobrir uma área aproximadamente do tamanho de Chicago.