COP 15: Ainda há esperança? Américo Canhoto
[EcoDebate] Mesmo em se tratando de um jogo de interesses, uns escusos outros mais claros, como os que estão sendo discutidos na COP 15; pois uma virtude que ainda estamos longe de conseguir entre nós, os candidatos a seres humanos: a franqueza como um ato de amor; ainda é vista como rudeza ou falta de educação – entre nós, dizer a verdade sem segundas, terceiras ou quartas intenções pode levar a invasões de países, perseguições políticas e legais, á prisão e até á morte de seres que ousam pensar e se posicionar.
Se mesmo neste palco que foi montado em Copenhagem para se jogar o WAR GAME $ DAS EMISSÕES DE CO2 – Quando há jogos muitos mais importantes e desafiadores – Se não há consenso nem quanto ás regras deste que estão a ser decididas; o que será de nós – os expectadores? – Seremos obrigados a invadir o palco e pedir nosso $ de volta? – Se destruirmos o teatro da vida; em que lugar do universo nós iremos nos apresentar? – Em que sala do teatro galáctico?
Uma piada que corre nas coxias dos teatros da vida no universo afora: Naquele planetinha azul da periferia da via láctea; enquanto o paciente Gaia agoniza esperando uma cirurgia; os médicos tomam cafezinho e discutem baboseiras rotuladas de científicas como mitigação e adaptação.
Mas, mesmo cansados de rezar – mas, como ainda fiéis crentes do axioma: A esperança é a última que morre; tentamos continuar acreditando até que peçamos ajuda á polícia intergaláctica para acabar com essa jogatina.
Enquanto aguardamos na sala de espera – apenas para passar o tempo e diminuir a angústia; como interessados na vida da paciente Gaia; vamos brincar de pensar até que os chefões decidam.
Enquanto isso, no noticiário da TV Intergaláctica; nós nos deparamos com a notícia:
A Esperança está em baixa na Bolsa dos Valores Humanos.
(Do correspondente local):
Esperançar é um sentimento que (aparentemente) apenas os humanos podem conjugar. Verbo marcante, inteligente, ativo e positivo; quando abrimos mão dele, não querendo pensar; o transformamos em devaneio, e daí em diante:
Nadamos, nadamos, nadamos e, parece que vamos morrer na praia como em Kyoto e outras tantas tentativas – Essa sensação de impotência e de quase desespero pela falta de competência está pegando pesado num número cada vez maior de pessoas, não importa de que idade, classe social, etc. As perguntas: De que valeu o esforço na leitura dos jornais? – Para que tanto empenho em saber das notícias? – Começam a soar na nossa cabeça, perturbando, “tirando o chão”, amplificando cada vez mais a angústia, a ansiedade e o medo (alimento e aperitivo que os responsáveis pela ordem e progresso do planeta se deleitam).
O que mais assusta as pessoas que estão despertas para a realidade: Os descrentes da ciência, religião, mídia e governantes, etc. – É que o problema começa a atingir de forma intensa e mortal as crianças, os jovens; e não apenas os adultos como antes – Conforme alertamos há algum tempo: daqui em diante será mais fácil uma pessoa de 70 chegar aos 100 anos de idade; do que uma criança de 5 atingir os 10 (desde que não tome vacinas).
O que acontece em nós acontece em Gaia – Todo mundo; seja de primeiro, segundo, terceiro, emergente, submergente escalão…, (nesse tabuleiro quem começa com as brancas leva vantagem; quem começa jogando com as pedras pretas, quase sempre perde, no máximo empata – por exemplo, a vida de um agonizante peão preto africano é trocado sem piedade pela tentativa de um bispo também preto para dar um xeque mate para atingir o topo do poder político ou tornar-se top line das finanças) – Mas, peões, cavalos, reis, rainhas, torres – sejam brancas ou pretas; cada um do seu jeito, anda se queixando que está esgotado e, que não agüenta mais levar essa “sofrida vida”, esse calvário, nem mais um dia. No tabuleiro da vida, esse estado de sentir-se é um coquetel de emoções: uma mistura de desalento, tristeza, angústia, ansiedade, insatisfação e medo. Resumindo: frustração mal elaborada somada a um processo de neurastenia. Cansei! – Não agüento mais! – Chega! – Basta!
Como já foi dito por despertas pessoas: COP 15 – vai tornar-se apenas mais uma gastança de recursos em viagens, hospedagens…, de inúmeros ASPONES de todos os países envolvidos nessa jogatina – Antes de qualquer discussão, para que uma solução real possa ser encontrada, algumas questões devem ser levantadas: Queres mudar as regras do jogo em andamento? – E daí? Vais fazer o quê? – Ficar sentado na beira do caminho depressivo, marcando passo angustiado; ou vais sair correndo feito um doido em pânico?
Assistindo a TV Intergaláctica, vistos de fora, somos muito engraçados:
Quando espiamos a vida do outro; como espectadores do seu sofrer, do seu fim do mundo, do seu não suporto mais! – ele é uma piada, até um bom motivo de chacota. Tá cansado de quê? – Tá cansado de ditar regras para o próximo? – Tá cansado de tentar controlar a vida das outras pessoas? – Tá cansado da sua vida inútil? A inveja mata! – Sabia?
Em qualquer lugar do planeta em todos os sentidos de nossos pobres objetivos de vida; até na profissional a conversa é a mesma: “Estou morrendo de tanto trabalhar e cada vez ganho menos!”. “Ganhei uma nova função na empresa: mais trabalho e responsabilidade; mas, com o mesmo salário!”. “Não suporto mais aquelas pessoas do meu trabalho, todas tão falsas!”
A relação entre pais e filhos (países de primeiro mundo e emergentes e criancinhas (os mais pobres) também serve de exemplo:
– “Prá quê serve você ficar sem dormir, sem comer, sem viver, se eu chego mais tarde, se não te dou satisfação do que faço, do que gosto ou do que quero”? – Pensam muitos filhos, embora, sem a coragem necessária para verbalizar isso para suas mães e pais; então, brigam com seus botões: O que você tem a ver com isso? Eu sou eu e você é você! – Cuida da tua vida! – Diminui tuas emissões de CO2 e deixa que eu eliminar as minhas quando quiser!
Enquanto isso, a reportagem da TV Intergaláctica, mostra as entrevistas dos habitantes do Hemisfério Norte: Ouçamos a outra parte (o não agüento mais dos pais brancos): – Mas, meu filho! – Que ingratidão! – És minha vida! – Tudo que eu faço é para te agradar; objetos do desejo para que consumas! – Tudo que sofri para conquistar o que tenho só para deixar para você! – Se soubesses um décimo do que passei para chegar onde cheguei! – Eu não quero, eu não admito que passes pelas situações que passei para chegar onde estou – me matei de tanto, estudar, pesquisar! – E você não dá valor a nada do que faço!
(Comentário dos experts da TV Intergaláctica em vida Terrestre):
Na vida da família em Gaia, baldes de lágrimas são derramados todos os dias, acompanhados de muita chantagem emocional, tentativa de controle, suborno afetivo…, – tudo em vão, e que vai cair no: não agüento mais! –Lamentavelmente eles foram treinados pelas sombras a viver a vida dos outros, ignorando a própria. E, desde que não haja envolvimento emocional, nem sentimento de posse, são experts em achar soluções para as dificuldades do próximo.
Lá – Todo mundo acha que lida bem com os problemas do vizinho: – O rico tem soluções simplórias para os problemas dos pobres: inteligência (para os nascidos ricos todo pobre é incapaz); trabalho duro, esforço (todo pobre é preguiçoso, vagabundo); estudo; e uma dose de sorte.
– O pobre, também tem soluções práticas e inteligentes para os problemas dos ricos: lutar para sobreviver para não entrar em depressão, pânico; gana para viver ao usar cada segundo para suprir as necessidades mínimas (como o salário) e continuar vivo; e para as bem dotadas na vida de trato ou de grana, mas, depressivas, histéricas e cheias dos “peripaques”, e que não tem o que fazer na vida, o pobre tem a solução na ponta da língua ou entre…
Segundo um dos entrevistados pela equipe de reportagem da TV Intergaláctica:
“Em tudo que não nos cabe fazer, quando se trata de dar palpite na vida dos outros, somos os maiorais; mas, quando está em jogo cuidar da nossa, lutamos até o esgotamento contra a própria sombra; inutilmente. Será que somos todos uns inúteis?” – disse o ilustre cidadão terráqueo.
Enquanto isso, aqui na sala de espera da UTI onde agoniza Gaia; alguém deixou escapar uma confidência – tomara que o pessoal acima da linha do Equador não tenha ouvido: “A jogada de mestre dos nossos governantes (jogadores convocados) foi criar uma bolsa verde de 5 bi de dólares como cacife a fundo perdido; como as da bolsa de apostas eleitorais internas; para os incapazes; para enrolar e colocar em evidência a jogadora que vai sucedê-lo – na disputa pelo poder interno da equipe; para blindá-lo na disputa pelo poder; para que não tenha que prestar contas das jogatinas paralelas; a jogadora que vai disputar as aparaolimpíadas ou jogos periféricos do poder mundial; e que teria mais condições de jogar esse jogo vai ser mantida em “marinada” no ostracismo. Deu prá entender? – Ainda bem que não; para o bem de todos e a felicidade geral da nação; pois, a morte anestesiada pela ignorância parece ser mais suave – Será?…
Mas para que a esperança não morra:
Segundo o noticiário da TV Intergaláctica; os vizinhos marcianos temerosos do que possa ocorrer e preocupados com os “manos alucinados e drogados com remédios para dormir, acordar, transar, ser feliz, viajar na maionese” e que moram ao lado pediram ajuda ao Conselho da Confederação Intergaláctica e foi mandada uma frota estelar para observar e apenas intervir como último recurso. Adivinha quem está no comando?
Segundo os comentaristas da TV Intergaláctica: – AINDA HÁ ESPERANÇA – desde que, cada um faça sua parte e cure seu mundo interno, contaminando o outro com sua vibração.
Até o próximo noticiário ou em edição extraordinária – Conecte-se com a TV Intergaláctica assim que ouvir sua musiquinha interna.
Se a esperança é a última que morre não deixe ela morrer antes que você seja encarcerado na cadeia do remorso…
NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA:
As conversas da sala de espera vazaram e o jogador dos EUA – jogou na mesa 100 bi para afastar da disputa o jogador do Brasil.
Será que vamos conseguir continuar no blefe?
Quem estiver por aqui verá.
Amém.
Américo Canhoto: Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Uso a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico “Mãos estendidas” de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz a: depressão, angústia crônica e pânico.
* Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 18/12/2009
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