Estudo sugere que hormônios produzidos durante gravidez inibem câncer de mama
Os hormônios produzidos durante a gravidez induzem uma proteína que inibe o crescimento do câncer de mama, segundo uma pesquisa [A Proposed Unified Mechanism for the Reduction of Human Breast Cancer Risk by the Hormones of Pregnancy] publicada pela revista “Cancer Prevention Research”.
“Os hormônios, como o estrogênio, induzem a alfa-fetoproteína (AFP) que poderia ser um agente bem tolerado para o tratamento e a prevenção do câncer de mama”, disse Herbert Jacobson, que liderou a pesquisa.
Jacobson é pesquisador no Centro para Doenças Imunológicas e Microbianas no Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Ciências Reprodutivas do Colégio Médico Albany, em Nova York. Reportagem da Agência EFE, com informações complementares do EcoDebate.
“O corpo tem sistemas naturais de defesa contra o câncer de mama. O que se precisa é o manejo seguro da AFP e seu desenvolvimento em um composto que possa ser usado para proteger as mulheres do câncer de mama”, disse.
Estudos recentes mostraram que os hormônios liberados durante a gravidez, como o estrogênio, progesterona e a gonadotrofina coriônica humana, reduzem o risco de que a mulher desenvolva câncer de mama.
A AFP é uma proteína produzida normalmente pelo fígado e pela vesícula vitelina que envolve e nutre o feto nas primeiras semanas de sua gestação.
Jacobson e seus colegas procuraram determinar se a administração de hormônios da gravidez a ratas expostas a agentes cancerígenos as levava à produção da AFP, o que, por sua vez, causa o efeito protetor.
Os resultados do estudo mostraram que o tratamento com estrogênio e progesterona, estrogênio sozinho ou gonadotrofina coriônica humana reduz a incidência de câncer de mama nos ratos.
Além disso, os pesquisadores notaram que cada um destes tratamentos elevou o nível de AFP no sangue e inibia diretamente o crescimento das células de câncer de mama em cultivos, o que indica que estes hormônios da gravidez servem para prevenir essa doença.
Powel Brown, editor da publicação da Associação Americana para a Prevenção do Câncer, disse que “os pesquisadores não mostraram diretamente a atividade preventiva do câncer da AFP, mas encontraram uma associação destes hormônios na prevenção dos tumores de mama”.
Herbert I. Jacobson, Nicole Lemanski, Anu Agarwal, Amithi Narendran, Kelvin E. Turner II, James A. Bennett, and Thomas T. Andersen
A Proposed Unified Mechanism for the Reduction of Human Breast Cancer Risk by the Hormones of Pregnancy
Cancer Prev Res first published on November 24, 2009 as doi:10.1158/1940-6207.CAPR-09-0050
Abstract
A Proposed Unified Mechanism for the Reduction of Human Breast Cancer Risk by the Hormones of Pregnancy
Herbert I. Jacobson1,2, Nicole Lemanski1, Anu Agarwal1, Amithi Narendran3, Kelvin E. Turner, II3, James A. Bennett1 and Thomas T. Andersen3
Authors’ Affiliations: 1 Laboratory for Cancer Control, Center for Immunology and Microbial Diseases, 2 Department of Obstetrics, Gynecology and Reproductive Sciences, and 3 Center for Cardiovascular Sciences, Albany Medical College, Albany, New York
Requests for reprints: Herbert I. Jacobson, Center for Immunology and Microbial Diseases, MC-151, Albany Medical College, Albany, NY 12208. Phone: 518-262-5002; Fax: 518-262-5676; E-mail: jacobsh{at}mail.amc.edu.
Parity in women is associated with reduced lifetime risk of breast cancer, and hormones of pregnancy (estrogen E, progesterone P, human chorionic gonadotropin; hCG) are implicated. Parity also reduces mammary cancer risk in carcinogen-exposed rats, and administering pregnancy hormones to these animals is similarly effective. Because pregnancy hormones are also able to stimulate cancer growth, we proposed to resolve this dichotomy by determining whether administered pregnancy hormones elicit the cancer-inhibiting agent {alpha}-fetoprotein (AFP) from the liver, which would implicate AFP as a proximal effector of hormonal anticancer activity. Accordingly, we treated groups of nitrosomethylurea-exposed rats with saline, E3, E2 + P, E3 + P, hCG, or allowed them to experience pregnancy, then monitored mammary cancer incidence and serum levels of AFP over time. Each hormone treatment reduced mammary cancer incidence and elevated serum AFP levels. To challenge human tissues, human HepG2 liver cells in culture were treated with the same hormonal agents. Each hormone regimen increased the levels of AFP in the culture medium. Medium containing AFP elicited by hCG inhibited the E2-stimulated proliferation of cultured human MCF7 breast cancer cells, whereas hCG alone did not inhibit their growth. Furthermore, antibodies to AFP neutralized the growth-inhibiting effect of AFP-containing HepG2 medium. We conclude that in the treatment of carcinogen-exposed rats with the hormones of pregnancy, and by inference in women who have experienced pregnancy, that AFP is a proximal agent that inhibits mammary gland cancer.
Reportagem da Agência EFE, no UOL Notícias.
EcoDebate, 25/11/2009
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