Bioma amazônico é o maior do planeta e ocupa metade do Brasil
Reconhecida mundialmente, a Floresta Amazônica é a maior floresta tropical úmida do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilômetros quadrados (km²), seis vezes o tamanho de Mato Grosso. Mais de 3 milhões dessa área estão em território brasileiro e o restante está distribuído entre oito países.
O bioma amazônico, além de ser o maior do planeta, ocupa metade do Brasil. Essa grandeza pode ser percebida na variedade de vida da região, tanto na fauna quanto na flora. São 40 mil espécies de plantas catalogadas, segundo o Museu Emílio Goeldi. Mas a biodiversidade é tanta, que milhares de espécies sequer foram reconhecidas.
“Tem áreas que são de baixa densidade de coleta, como a Terra do Meio, o interflúvio [área mais elevada situada entre dois vales] entre o Rio Tapajós e o Rio Madeira, a Calha Norte, no lado esquerdo do Rio Amazonas. Então essa biodiversidade está toda desconhecida”, afirmou Samuel Soares Almeida, da Coordenadoria de Botânica do museu.
Além disso, é na Amazônia que encontramos a maior variedade de aves, primatas, roedores, répteis, insetos e peixes de água doce do planeta. Para se ter uma ideia, um quarto da população de macacos do mundo está na Amazônia. Além dos primatas, são mais de 300 espécies de mamíferos, como a onça-pintada, a ariranha e o bicho preguiça.
A floresta abriga cerca de 3 mil espécies diferentes. A região também é rica em peixes ornamentais, que são comercializados para ser criados em aquários.
“Os grandes símbolos são o cardinal, pela quantidade, e o disco, que é um dos peixes ornamentais mais tradicionais, embora não tão comercializado porque já foram muito reproduzidos em cativeiros. Mesmo assim, o disco é um dos carros chefes em termos de valor”, explicou o analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Henrique Anatole.
A Floresta Amazônica está distribuída em diversos tipos de ecossistemas, das florestas fechadas de terra firme, com árvores com 30 a 60 metros de altura, às várzeas ribeirinhas, aos campos e aos igarapés.
Devido a essa riqueza e biodiversidade, o extrativismo vegetal tornou-se a principal atividade econômica na Amazônia, e também o principal foco de disputa entre nativos, governo e indústrias nacionais e internacionais.
São mais de 200 espécies diferentes de árvores por hectare que são foco direto do desmatamento, principalmente as madeiras nobres, como o mogno e o pau-brasil.
O desmatamento e a extinção da flora e da fauna são, sem dúvida, os principais inimigos da Amazônia. O fim de certas espécies significa a perda de alimentos para muitos que dependem da floresta.
“Estamos perdendo coisas que a gente nem sabe que existe. Como por exemplo a mandioca, que é cultivada pelos povos indígenas da Amazônia. À medida que a gente destrói a floresta, essas plantas vão embora. Ou seja, são alimentos que a gente vai perdendo”, lamentou o biólogo e analista ambiental do Parque Nacional Serra da Cutia, Antônio Mauro dos Anjos.
Além de trazer sérios problemas para o planeta por conta da emissão de gás carbônico, o desmatamento compromete o andamento de pesquisas genéticas e medicinais. Isso porque muitas dessas plantas estão exclusivamente na Amazônia. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), são mais de 10 mil espécies que podem ser usadas na medicina, na indústria cosmética e para controle biológico de pragas.
Reportagem de Karina Cardoso, da Rádio Nacional da Amazônia, publicada pelo EcoDebate, 04/09/2009
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Considerando que estados brasileiros são detentores do pré-sal e que esses resistem à idéia de pulverizar com os royalties os outros estados, eu pergunto: comparando a relevância do pré-sal com a relevância do bioma amazônico, qual compensação seria dispensada ao povo amazonense? Sim, uma vez que a sociedade em geral reluta em permitir o mesmo desenvolvimento àqueles brasileiros. Não é verdade? Imaginem aqueles brasileiros que residem lá nas APPs, eles são carentes, por exemplo, de saúde de qualidade. Eles quando ficam doentes mantêm os olhos na estrada, digo, no rio, na esperança de avistarem a embarcação da marinha. Então, como fica a qualidade de vida daquele povo? A esse questionamento, qual seria a resposta dos governadores, senadores, deputados federais e estaduais da região amazônica?