Países Africanos exigem US$ 67 bilhões, por ano, dos países industrializados por impacto climático

A União Africana vai exigir US$ 67 bilhões por ano, a partir de 2020, aos países industrializados, como compensação pelos efeitos das alterações climáticas nos países africanos.

A exigência consta do projeto de resolução da primeira reunião da Conferência de Chefes de Estado e de Governo sobre Alterações Climáticas (CAHOSCC, na sigla em inglês), organismo do fórum africano que integra Moçambique e que neste segunda-feira reuniu-se em Addis Abeba, capital da Etiópia.

O documento, citado pelo diário francês LExpress, lamenta a falta de coesão que tem limitado a margem de manobra dos países africanos nos fóruns internacionais sobre as mudanças climáticas.

“Os negociadores devem beneficiar de um apoio político ao mais alto nível do continente para assegurar que a voz africana nas negociações sobre alterações climáticas seja ouvida com a seriedade que merece”, cita o documento, a ser adotado pelos chefes de Estado e de governo.

Outra exigência que consta no texto é uma redução em 40% das emissões poluentes dos países desenvolvidos.

Da cúpula de Addis Abeba deverá sair uma posição comum para a reunião global sobre o tema, que acontecerá em dezembro em Copenhague, capital dinamarquesa, e que vai adotar o primeiro protocolo mundial de redução de emissões poluentes depois de Kyoto.

De acordo com um estudo publicado em maio pelo Fórum Humanitário Mundial, os países em desenvolvimento deverão sofrer 90% das consequências humanas e econômicas das alterações climáticas. Por outro lado, os 50 países mais pobres do planeta emitem não mais que 0,1% dos gases de efeito de estufa considerados responsáveis pelo fenômeno.

África é apresentado como o continente mais vulnerável ao risco climático, sobretudo através de secas e pragas, figurando 15 países do continente na lista dos mais de 20 onde o potencial de desastre é maior.

Reportagem da Agência Lusa, publicada pelo EcoDebate, 25/08/2009

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