Comer menos carne ajuda a frear aquecimento global, diz estudo
da France Presse, em Paris
A redução pela metade no consumo diário de carne nos países desenvolvidos até 2050 ajudaria a limitar o aquecimento global, afirma um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista britânica “The Lancet”.
A pesquisa foi dirigida por Anthony McMichael, do Centro Nacional de Epidemiologia e de Saúde das Populações de Canberra (Austrália). “Considerando que a população mundial aumentará cerca de 40% até 2050 e, se não houver nenhuma redução das emissões dos gases que provocam o efeito estufa ligados ao gado, o consumo de carne deverá baixar para 90 g ao dia por pessoa para estabilizar as emissões de tal setor”, defenderam os pesquisadores.
Também seria necessário limitar a 50 g por dia o consumo de carne vermelha procedente de ruminantes, que emitem metano, um dos gases responsáveis pelo efeito estufa. O consumo médio de carne está em 100 g por pessoa ao dia no mundo, com diferenças consideráveis entre os países desenvolvidos –de 200 a 250g– e os países pobres –20 a 25g.
Das emissões mundiais de gases que provocam o efeito estufa, insistiu a equipe, 22% são oriundas da agricultura, uma proporção similar à do setor industrial, mas superior à dos transportes.
O gado, especialmente em seu transporte e em sua alimentação, afirma o estudo, é o responsável por quase 80% das emissões agrícolas, principalmente em forma de metano.
“Uma redução substancial do consumo de carne nos países ricos seria também benéfica para a saúde, principalmente porque se reduzem os riscos de doenças cardiovasculares […], obesidade, câncer colo-retal e talvez outros tipos de câncer”, avaliaram os especialistas.
(www.ecodebate.com.br) matéria da Agência France-Presse, publicada pela Folha Online – 13/09/2007 – 10h05