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Estudo internacional destaca que medidas para controle da sobrepesca estão surtindo efeito

Pesca no golfo do Maine, EUA. Foto da National Geographic Society
Pesca no golfo do Maine, EUA. Foto da National Geographic Society

Menos redes, mais peixes – Cientistas de diversos países se reuniram para um trabalho de dois anos em que avaliaram o estado das reservas de pescado no mundo e de seus respectivos ecossistemas. A conclusão é positiva.

Diferentemente de análises anteriores, que apontaram um fim inevitável para as principais áreas de pesca, a nova pesquisa, publicada na edição desta sexta-feira (31/7) da revista Science, indica que medidas tomadas nos últimos anos para conter a pesca excessiva estão surtindo efeito.

Os bons resultados foram verificados em cinco dos dez grandes ecossistemas marinhos avaliados, o que poderá estimular a recuperação de outras áreas pesqueiras em risco de esgotamento.

O estudo teve dois objetivos principais: examinar tendências atuais na abundância de pescado e em taxas de exploração (proporção de peixes retirados do mar) e identificar quais métodos os administradores aplicaram em seus esforços para recuperar os estoques.

Segundo a Communication Partnership for Science and the Sea (Compass), que reúne diversas instituições de pesquisa norte-americanas, o trabalho representa uma importante conquista, uma vez que revela que a taxa de exploração tem sido reduzida em diversas regiões do mundo, resultando em recuperação de estoques pesqueiros.

“Os ecossistemas mais bem administrados estão melhorando, mas ainda há muito pela frente. A maior parte dos estoques precisa de grandes esforços para sua recuperação”, disse Ray Hilborn, da Universidade de Washington, um dos coordenadores da pesquisa.

“O estudo mostra que nossos oceanos não são uma causa perdida. O resultado mais encorajador é que a taxa de exploração – o maior causador de esgotamento e colapso – está diminuindo na metade dos sistemas examinados em detalhe”, disse Boris Worm, da Universidade Dalhousie, outro coordenador do trabalho.

“Isso significa que o gerenciamento nessas áreas está promovendo as condições tanto para a recuperação ecológica como para a econômica. Ainda é apenas o começo, mas nos dá esperança de saber que temos a capacidade de controlar a pesca excessiva”, afirmou.

Os autores ressaltam que o trabalho se centrou principalmente em estoques pesqueiros de países desenvolvidos e que muitas vezes a pesca em excesso simplesmente é deslocada dessas áreas para outras em países em desenvolvimento, nos quais a legislação e o controle sobre a atividade pesqueira são menos rígidos.

Mas há exceções. Um dos estoques analisados foi no Quênia, onde cientistas, administradores e comunidades locais uniram forças para controlar áreas importantes de pesca e restringir certos tipos de equipamentos e técnicas consideradas predatórias. O resultado foi um aumento na quantidade e no tamanho dos peixes e também na receita dos estoques.

As melhores iniciativas, de acordo com o estudo, com as mais destacadas recuperações, ocorreram no Alasca e na Nova Zelândia.

O artigo Rebuilding global fisheries, de Boris Worm e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

Reportagem da Agência FAPESP, publicada pelo EcoDebate, 01/08/2009

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