Algodão colorido da Paraíba pode ter indicação de procedência do Inpi
Foto: Arquivo/O Norte Online
A Cooperativa de Produção Têxtil e Afins do Algodão da Paraíba (CoopNatural) deu entrada ontem (27) no pedido de identificação geográfica para o algodão colorido produzido no estado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), sob a marca Fashion Natural.
A cooperativa reúne cerca de 30 associações e grupos de artesãos de vários municípios paraibanos e responde pela geração de 850 empregos diretos e indiretos. No ano passado, a entidade faturou em torno de R$ 3 milhões, elevando as vendas em 40%.
A diretora da Coopnatural, Maysa Gadelha, disse à Agência Brasil que o selo do Inpi vai criar uma referência para o algodão colorido da Paraíba, cultivado de forma orgânica pela maioria dos produtores e certificado pela Associação de Certificação Instituto Biodinâmico (IBD). “Vai manter e melhorar o padrão de qualidade para atrair mais clientes e dar maior visibilidade ao algodão colorido.”
A coordenadora-geral de Outros Registros e Indicações Geográficas do Inpi, órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Maria Alice Calliari, ressaltou que essa certificação caracteriza produtos de uma região específica. “A identificação geográfica é muito ligada à origem do produto”.
A identificação do Inpi caracteriza uma região, como a dos vinhos Bordeaux, da França, que se tornou conhecida pela sua reputação ou pelo vínculo que o produto tem com o meio geográfico da região onde é fabricado, em termos de solo, clima ou vegetação. Esses fatores influenciam a especificidade, cor ou sabor do produto. “Esse é o principal atributo da indicação geográfica”, esclareceu Maria Alice.
Além disso, a indicação de procedência amplia a competitividade do produto, aumentando as chances de exportação. “Ele, na realidade, se torna um produto único que fideliza muito o consumidor, porque é específico de uma região que tem certas características que determinam essa diferenciação do produto no mercado”, explica a coordenadora-geral.
Até agora, o Inpi já concedeu a certificação de origem a seis produtos brasileiros: o vinho do Vale dos Vinhedos (RS), a carne do Pampa Gaúcho (RS), o café do Cerrado mineiro (MG), a cachaça de Paraty (RJ), o couro do Vale dos Sinos (RS) e as uvas e mangas do Vale do Submédio São Francisco (BA/PE). Caso o pedido do algodão colorido do Vale do Seridó (PB) seja aprovado, representará o segundo produto nordestino com o selo de procedência do Inpi.
Reportagem de Alana Gandra, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 28/07/2009
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