Leitor denuncia abatedouros clandestinos no Pará

Prezado senhor Henrique,

Gostaria de sugerir, que façamos uma corrente em detrimento da Abate Clandestino de bovinos e suínos no país.

Moro em Conceição do Araguaia-PA, e gostaria de DENUNCIAR crimes ambientais praticados pelo ABATE CLANDESTINO DE BOVINOS, ocorre que tais crimes são acobertados e tem a participação de servidores corruptos da ADEPARA – Agencia de Defesa Agropecuária do Estado do Pará, e do IBAMA.

Facilmente se constata a não fiscalização dos abatedouros clandestinos, que além de sacrificarem os animais de forma não humanitária, ainda contribuem com furtos de bovinos em fazendas, além de comercializarem carne sem notas fiscais, contribuindo com a sonegação de impostos, além de ofertarem produtos impróprios para o consumo humano á população.

Inclusive possuo documento do Conselho Regional de Medicina Veterinária CRMV-PA, atestando o relatado, de servidor da ADEPARA.

Aqui no Pará é muito comum esta prática, já que servidores principalmente do IBAMA e da ADEPARA se beneficiam para não fiscalizarem estes estabelecimentos, que por lei deveriam estar interditados.

Em todo o Estado do Pará, facilmente se encontra matadouros precariamente funcionando, trazendo grandes prejuízos á população e aos cofres públicos, sem contar que devido a esta concorrência desleal, vários Frigorífico legalizados estão fechando seus funcionamento, demitindo funcionários e trazendo para a região as seqüelas sociais do desemprego em massa.

Já protocolei varias denuncias a mais de um ano na ADEPARA, IBAMA, DECON, SEMA, Ministério Publico, MAPA, SEFA, RECEITA FEDERAL, etc, mas nada foi feito. Vários problemas como contaminação do solo, devido ao deposito de sangue sem tratamento no solo, salmoura proveniente da salga do couro, cabeças, carniças e ossadas são lançadas á céu aberto atraindo roedores, urubus e insetos, inclusive a alimentação dos suínos que são comercializadas nos açougues e supermercados, são feitas a base de fetos em decomposição e restos de feridas e carniças recolhidas após a matança dos bovinos.

A situação é no mínimo chocante e repugnante, porém não temos a quem recorrer, somos obrigados a consumir produtos alimentícios clandestinos, sem inspeção sanitária e proveniente de furtos ou já mortos por picadas de cobras, intoxicações e outras doenças como brucelose, tuberculose, botulismo, raiva, febre aftosa, etc.

Possuo vasto material proveniente de mais de um ano de denuncia, porém sem atenção dos órgãos responsáveis, inclusive já fui até ameaçado de morte e tive minha casa metralhada na ultima sexta feira, pelo fato de estar sempre denunciando este tipo de irregularidades, que trazem prejuízos a saúde publica e a evasão fiscal.

Espero que consigamos nos mobilizar para que sejam tomadas todas as medidas importantes de combate a carne clandestina no Brasil e principalmente no Estado do Pará, este grito, é também em proteção a saúde publica.

Atenciosamente.

T.’.F.’.A.’.

Paulo de Tarso Palombo Luiz de Souza
tarsopalombo{at}uol.com.br

Nota do EcoDebate: os abatedouros clandestinos ainda são lamentavelmente comuns em todo o país, configurando-se como um imenso risco à saúde pública. Nada justifica que ainda existam e funcionem livremente. Esta é mais uma dentre incontáveis ilegalidades que devem ser combatidas com rigor.

EcoDebate, 27/07/2009

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