Grã-Bretanha diz que responsáveis por exportação de lixo ao Brasil podem ser punidos
Contêineres passaram meses sem ser investigados
A chefe do setor responsável pela administração de resíduos da Agência Ambiental da Grã-Bretanha, Liz Parks, afirmou, neste sábado, que as empresas e os indivíduos responsáveis pela exportação de contêineres com toneladas de lixo para o Brasil podem ser processados e punidos com penas que vão de multas até a detenção.
Em entrevista ao programa Newshour, da BBC, Parks afirmou que o governo britânico está investigando o caso da exportação de ao menos 89 contêineres com toneladas de lixo para o Brasil e que os resíduos serão levados de volta para a Grã-Bretanha. Reportagem da BBC Brasil.
Segundo ela, o governo britânico já está em contato com as autoridades brasileiras para que os contêineres encontrados nos portos de Santos (SP), Rio Grande (RS) e na alfândega de Caxias do Sul (RS) sejam repatriados.
Segundo ela, no entanto, a devolução do lixo pode levar ainda algumas semanas, já que o material precisa ser transportado de “maneira apropriada e legal”.
“Nós precisamos trabalhar junto com as autoridades brasileiras para ter certeza que este material possa retornar de maneira apropriada. (O lixo) ainda não foi liberado por eles, até onde tenho conhecimento. Mas os procedimentos já estão sendo feitos e ainda levará algumas semanas até que o lixo retorne”, afirmou.
Parkes afirmou ainda que as empresas e indivíduos envolvidos com a operação na Grã-Bretanha podem ser processados e punidos.
“Nós já tivemos um grande número de processos bem sucedidos nos últimos anos. Os tribunais britânicos podem aplicar multas de quantias ilimitadas e impor sentenças de prisão. Os tribunais da Grã-Bretanha consideram este tipo de assunto de maneira muito séria”, afirmou.
Lixo
A Polícia Federal brasileira também está investigando a origem de 89 contêineres contendo materiais como baterias, seringas, preservativos, restos de comida e fraldas usadas que foram exportados da Grã-Bretanha para o Brasil nos últimos meses.
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O Ibama, que exige a repatriação imediata dos resíduos, já multou algumas das empresas brasileiras que tiveram envolvimento com o caso.
Os advogados das empresas importadoras, no entanto, afirmaram que seus clientes foram enganados e acreditavam que estavam trazendo para o Brasil apenas material plástico para reciclagem.
Na última sexta-feira, uma reportagem da BBC Brasil revelou que as duas empresas britânicas apontadas pelo Ibama como responsáveis pela exportação do lixo para Brasil pertencem a um brasileiro.
Julio Cesar Rando da Costa – paranaense com cidadania portuguesa e morador de Swindon, na Grã-Bretanha – afirmou que a sua empresa faz apenas a prensagem do plástico recolhido por empresas britânicas e exporta a sucata para o Brasil.
Ele disse que a responsabilidade por qualquer outro material que tenha chegado ao Brasil seria das fornecedoras britânicas.
[EcoDebate, 20/06/2009]
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