SP: seringueira é opção para recuperar reserva em assentamento
Foto de Douglas Mansur
Os produtores rurais do assentamento Celso Furtado, em Castilho, região de Andradina (SP), apostam na seringueira para conciliar recuperação ambiental e geração de renda. Com o apoio do Incra e do Sindicato dos Empregados Rurais de Andradina, 22 famílias do assentamento receberam kits para o plantio de um hectare por lote.
A ideia é recuperar e proteger a reserva legal do assentamento. Cada kit contém mudas suficientes para um hectare, inseticida para formiga e cupim e adubo para as covas. Os kits foram adquiridos por meio da parceria entre Incra e sindicato, num investimento de R$ 50 mil. O assentado fica responsável pelo plantio e manutenção das mudas, combate às formigas e cercamento das áreas de reserva para impedir a circulação do gado no local.
Segundo o assentado José Carlos Bispo, também foi feito o plantio de 400 mudas em uma área coletiva. No local, serão promovidos cursos de capacitação sobre o manejo do seringal. As árvores devem começar a produzir látex dentro de oito anos. “Com irrigação e manejo adequado, podem entrar em produção até com seis anos”, acrescenta Bispo.
A estimativa de renda com a exploração de um seringal de um hectare é de aproximadamente R$ 800 mensais. O corte para a sangria é feito a cada quatro dias. Cada árvore produz 1 quilo de látex por corte. A sangria pode ser feita o ano todo, exceto no mês de julho, quando as árvores perdem as folhas. O clima da região de Andradina é bastante propício para essa atividade. A região de São José do Rio Preto, por exemplo, produz cerca de 47% da borracha brasileira.
Outra vantagem da heveicultura (assim é chamado o cultivo da seringueira, cujo nome científico é Hevea brasiliensis) é o mercado sempre em expansão para a borracha. Atualmente, o Brasil produz apenas 14% da borracha que consome. Com a perspectiva de crescimento econômico nos próximos anos, a demanda pelo produto tende a aumentar.
A possibilidade de recomposição da área de reserva legal com o plantio de espécies como a seringueira está prevista na Lei Estadual 12.927, de 2008. O objetivo é oferecer aos agricultores uma alternativa que concilie a conservação ambiental e a geração de renda. A seringueira é uma espécie que pode ser explorada comercialmente, a partir do momento em que entra em produção, pelo resto do seu ciclo de vida, que pode chegar a 50 anos.
* Informação do Ministério do Desenvolvimento Agrário
[EcoDebate, 12/06/2009]
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