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Artigo

Avanços e diferenças na expectativa de vida dos continentes

 

Artigo de José Eustáquio Diniz Alves

As taxas de mortalidade sempre foram altas na maior parte da história humana. Mas isto começou a mudar no século XIX com o desenrolar da Revolução Industrial e Energética que possibilitou o crescimento na oferta de alimentos, a expansão da produção de bens e serviços, a melhora no sistema de transporte e comunicações e o aumento da renda e do consumo da população mundial.

Por volta do ano 1800, a expectativa de vida ao nascer da população mundial estava em torno de 25 anos. Subiu para algo em torno de 30 anos em 1900, para pouco menos de 50 anos em 1950 e está próxima de 75 anos atualmente. Ou seja, nos últimos 200 anos a expectativa de vida ao nascer praticamente triplicou. Isto nunca tinha acontecido antes e nem acontecerá no futuro. A redução das taxas de mortalidade foi a maior conquista social (e de direitos humanos) da história da humanidade.

O gráfico abaixo, com dados da Divisão de População da ONU (revisão 2024), mostra que a expectativa de vida ao nascer (Eo) do mundo era de 46,4 anos em 1950 e passou para 73,2 anos em 2023, um aumento de 58% em 73 anos. No mesmo período, o continente africano teve a Eo subindo de 37,2 anos para 63,8 anos, um aumento de 71%, crescimento acima da média global.

A América Latina e Caribe (ALC) tinha uma Eo de 48,7 anos em 1950 e passou para 75,7 anos em 2023, um aumento de 55% no período, um avanço aproximadamente no mesmo ritmo da média global. A Ásia tinha uma Eo de 42 anos em 1950 e passou para 74,6 anos em 2023, um aumento de 78% no período, o ritmo mais acelerado de aumento do tempo médio de vida entre os continentes.

expectativa de vida ao nascer no mundo e continentes

 

Os dados mostram que a Eo avançou em todo o mundo e que houve um processo de convergência do tempo médio de vida. Ou seja, os diferenciais de Eo estão diminuindo entre os continentes e somente a África permanece com uma Eo abaixo da média mundial, mas com um diferencial menor em relação aos continentes com maior longevidade.

Sem dúvida, os ganhos da expectativa de vida ao nascer no mundo foram extraordinários e as desigualdades entre os continentes diminuíram.

As projeções da Divisão de População da ONU indicam que a Eo vai continuar crescendo ao longo do século XXI, embora em ritmo de avanço cada vez menor.

Há dúvidas sobre a extensão da longevidade. Mas o importante é viver bem e não ir além das possibilidades de uma maturidade saudável, ativa e colaborativa.

José Eustáquio Diniz Alves
Doutor em demografia, link do CV Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2003298427606382

Referências:

ALVES, JED. A ONU divulga os novos números da população mundial e brasileira, Ecodebate, 12/07/2024 https://www.ecodebate.com.br/2024/07/12/a-onu-divulga-os-novos-numeros-da-populacao-mundial-e-brasileira/

ALVES, JED. A dinâmica populacional dos continentes entre 1950 e 2100, Ecodebate, 07/08/2024
https://www.ecodebate.com.br/2024/08/07/a-dinamica-populacional-dos-continentes-entre-1950-e-2100/

ALVES, JED. Crescimento do número absoluto de pessoas centenárias, Ecodebate, 21/10/2024
https://www.ecodebate.com.br/2024/10/21/crescimento-do-numero-absoluto-de-pessoas-centenarias/

ALVES, JED. Demografia e Economia nos 200 anos da Independência do Brasil e cenários para o século XXI (com a colaboração de GALIZA, F), ENS, maio de 2022
https://prdapi.ens.edu.br/media/downloads/Livro_Demografia_e_Economia_digital_2.pdf

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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