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Emissões de CO2 de combustíveis fósseis aumentam em 2024

 

As emissões globais de carbono dos combustíveis fósseis atingiram um recorde em 2024, de acordo com uma nova pesquisa da equipe científica do Global Carbon Project.

O Orçamento Global de Carbono de 2024 projeta 2emissões de dióxido de carbono fóssil (CO2) de 37,4 bilhões de toneladas métricas, um aumento de 0,8% em relação a 2023.

emissões de co2 do Brasil

 

O relatório Global Carbon Budget, produzido por uma equipe internacional de mais de 120 cientistas, fornece uma atualização anual, com base em metodologias estabelecidas de maneira totalmente transparente. A edição de 2024 (o 19° relatório anual) é publicado na revista Earth System Science Data em 13 de novembro como pré-impressão e, mais tarde, como um artigo revisado por pares.

Apesar da necessidade urgente de reduzir as emissões para desacelerar as mudanças climáticas, os pesquisadores dizem que ainda não há “nenhum sinal” de que o mundo atingiu um pico nas emissões de CO2 fóssil.

Com as emissões projetadas da mudança do uso da terra (como o desmatamento) de 4,2 bilhões de toneladas, as emissões totais de CO 2 devem ser de 41,6 bilhões de toneladas métricas em 2024, acima dos 40,6 bilhões de toneladas métricas do ano passado.

Nos últimos 10 anos, as emissões de CO2 fóssil aumentaram, enquanto as emissões de CO2 diminuíram em média, diminuindo o nível geral das emissões durante esse período.

Este ano, as emissões de CO2 e de mudança de uso da terra devem aumentar, com as condições de seca exacerbando as emissões do desmatamento e os incêndios de degradação florestal durante o evento climático do El Niño de 2023-2024.

Com mais de 40 bilhões de toneladas métricas liberadas a cada ano atualmente, o nível de CO2 na atmosfera continua a aumentar – elevando o aquecimento global cada vez mais perigoso.

Outras descobertas importantes do Orçamento Global de Carbono de 2024 incluem:

  • Globalmente, projeta-se que as emissões de diferentes combustíveis fósseis em 2024 aumentem: carvão (0,2%), petróleo (0,9%), gás (2,4%). Estes contribuem com 41%, 32% e 21% das emissões globais de CO2, respectivamente. Dada a incerteza nas projeções, continua sendo possível que as emissões de carvão possam diminuir em 2024.
  • As emissões da China (32% do total global) devem aumentar marginalmente em 0,2%, embora a faixa projetada inclua uma possível diminuição nas emissões.
  • Prevê-se que as emissões dos EUA (13% do total global) diminuam 0,6%.
  • As emissões indianas (8% do total global) deverão aumentar em 4,6%.
  • As emissões da União Europeia (7% do total global) deverão diminuir 3,8%.
  • As emissões no resto do mundo (38% do total global) devem aumentar em 1,1%.
  • A aviação internacional e o transporte marítimo (3% do total global e contados separadamente dos totais nacionais/regionais) devem aumentar 7,8% em 2024, mas permanecem abaixo do nível pré-pandemia de 2019 em 3,5%.
  • Globalmente, as emissões da mudança do uso da terra (como o desmatamento) diminuíram 20% na última década, mas devem aumentar em 2024.
  • A remoção permanente de CO2 através do reflorestamento e florestamento (novas florestas) está compensando cerca de metade das emissões de desmatamento permanente.
  • Os níveis atuais de remoção de dióxido de carbono baseado em tecnologia (excluindo meios baseados na natureza, como o reflorestamento), representam apenas cerca de um milhão de libras 2emitidas de combustíveis fósseis.
  • Os níveis de CO2 atmosférico devem chegar a 422,5 partes por milhão em 2024, 2,8 partes por milhão acima de 2023 e 52% acima dos níveis pré-industriais.
  • Os efeitos do evento climático temporário do El Niño também levaram a uma redução na absorção de carbono pelos ecossistemas em terra (conhecida como o 2“sumidouro da terra”) em 2023, que deve se recuperar quando o El Nino terminou no segundo trimestre de 2024.
  • As emissões de incêndios em 2024 foram acima da média desde o início do registro de satélites em 2003, particularmente devido à extrema temporada de incêndios florestais de 2023 no Canadá (que persistiu em 2024) e à intensa seca no Brasil.
  • Os sumidouros de CO2 da terra e do oceano combinados continuaram a tomar cerca de metade do total das emissões de CO 2, apesar de terem sido impactadas negativamente pelas alterações climáticas.

Quanto tempo até passarmos 1,5°C do aquecimento global?

Este estudo estima que o restante “orçamento de carbono” antes que a meta de 1,5°C seja violada consistentemente ao longo de vários anos, não apenas por um único ano. Com a taxa atual de emissões, a equipe do Orçamento Global de Carbono estima que uma chance de 50% de que o aquecimento global exceda 1,5°C consistentemente em cerca de seis anos.

Esta estimativa está sujeita a grandes incertezas, principalmente devido à incerteza do aquecimento adicional proveniente de agentes não-CO 2 (por exemplo, CH 4, N 2 O, aerossóis). No entanto, está claro que o orçamento de carbono restante – e, portanto, o tempo restante para atingir a meta de 1,5°C e evitar os piores impactos da mudança climática – quase se esvaziou.

 
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
 

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