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Artigo

Era uma vez, na América…

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artigo de opinião

Artigo de Montserrat Martins

Uma história que será contada um dia, como exemplo ou como sátira, é a de como os Estados Unidos permitiram que um Presidente sem condições de saúde ideais concorresse à reeleição.

Nesse exato momento, líderes do Partido Democrata já tem pesquisas indicando que Michele Obama, por exemplo, seria uma candidata com mais chances do que Biden nas eleições, mas este quer concorrer.

Biden simplesmente “travou”, num debate contra Trump, e isso foi tão evidente que deixou constrangido até seu opositor. O país inteiro viu que seu Presidente está sem as condições necessárias de agilidade mental para os liderar, mas o próprio personagem diz que foi apenas “um lapso”. Não se trata de uma questão meramente de idade, cuja diferença numérica nem é tão grande, Biden com 81 e Trump com 78 anos de idade. Se trata da saúde de cada um, o que não se traduz em números mas em realidades. Existem pessoas com saúde impressionante acima dos 90 e até os 100 anos de idade, mas nesse caso o que está evidente é que o Biden NÃO É uma dessas pessoas, ele diz agora que vai apresentar “exames neurológicos” que comprovam que ele está bem – mas o país inteiro viu na TV que não.

Na Medicina “cada caso é um caso” e todo médico sabe que cada pessoa tem uma história muito diferente da outra. Eu, pessoalmente, tenho o privilégio de conhecer pessoas de saúde exemplar que tem uma década de vida a mais que o Biden e não estão “rateando” como ele. Ele é um “jovem” de 81 anos diante de muita gente que tem mais idade do que ele, mas que mantém sua agilidade mental totalmente preservada, enquanto a dele está evidentemente prejudicada, até “precocemente”, nesse comparativo.

A falta de autocrítica do Biden faz parte da sua perda de capacidade, mas o que mais impressiona nesse caso não é a sua individualidade, mas a nação mais poderosa do mundo ficar na dependência de um líder fragilizado, que vai perder as eleições.

Isso nos diz algo não só sobre Biden, mas sobre a América. Onde está a “agilidade” do seu sistema político e econômico?

Os Estados Unidos ainda é a maior economia do mundo, mas a China e a Índia, segundo projeções, podem se tornar maiores no futuro, nas próximas décadas. Não há nenhuma semelhança entre EUA, Índia e China, são três culturas totalmente diferentes entre si.

Na índia, uma economia moderna convive com uma religião de castas. A China tem hoje uma economia híbrida, mais da metade privada, embora o controle estatal.

A democracia americana tem dessas coisas, mas é curioso que milhões de pessoas dependam de uma, que não admite sua própria fragilidade para liderar e não abre mão de concorrer.

Montserrat Martins é Psiquiatra.

 

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in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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