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A tragédia da silvicultura em terra Guarani. Entrevista especial com José Bassegio e Irmão Antonio Cechin

O deserto verde, provocado pela expansão da silvicultura, não apenas invade espaços que não são próprios para plantação de florestas exóticas no Rio Grande do Sul, como ocupa, também, espaços sagrados do estado, terras que sempre pertenceram aos índios, mas que agora foram entregues pelo governo estadual às multinacionais papeleiras que vêm com a promessa de criar empregos e dar melhores condições de vida aos moradores da região sul gaúcha, mas que, na verdade, querem nossa terra e nossa água para produzir papel e exportar. Segundo o antropólogo José Bassegio, que concedeu entrevista à IHU On-Line por telefone, “isso é trágico porque um governo que não se preocupa com os povos mais atingidos na sua historia e ainda vem com esses projetos de agressão à natureza não traz esperança de futuro bom”.

Quem também falou sobre o assunto foi Irmão Antonio Cechin. Em entrevista concedida por e-mail, Irmão Cechin falou sobre essa nova invasão sobre as terras indígenas. Para ele, “os índios, particularmente o povo guarani”, que ele conhece mais de perto, “estão estarrecidos diante da agressão que o homem branco pratica contra a natureza, através da disseminação por todo o Estado de infindáveis matas de eucalipto, monocultura totalmente contrária à sua maneira de se relacionar com a mãe terra. A fauna e a flora do bioma pampa serão fragilizadas em grau máximo”.

José Bassegio estudou Antropologia na Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Neste estado, começou a trabalhar com o povo indígena e foi coordenador do Conselho indigenista missionário. Atualmente, é coordenador de responsabilidade social da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTE).

Irmão Cechin formou-se em Letras Clássicas e em Direito, pela PUCRS, onde também foi professor. Fez sua pós-graduação no Centro de Economia e Humanismo, em Paris. Iniciou na Instituição Católica de Paris a especialização em catequese, quando foi chamado para o Vaticano, na Sagrada Congregação dos Ritos, no início da década de 1960. Depois, retornou ao Brasil e iniciou a luta junto aos movimentos sociais. Sua obra está centrada no seu ativismo mais do que na sua elaboração intelectual, e voltada para manuscritos e artigos.

Confira as entrevistas.

IHU On-Line – Para o senhor, o que significa essa ação do governo de liberar a silvicultura em espaços sensíveis, como os lugares sagrados do povo Guarani?

Antonio Cechin – A “descoberta” do Brasil só foi descoberta para os portugueses. Os povos indígenas já haviam descoberto esta Terra, milhares de anos antes que os lusitanos. Surpreendidos pela natureza exuberante da paisagem, os índios batizaram-na com nome muito mais bonito: Pindorama ou Terra das Palmeiras, nome posteriormente cantado em verso por Gonçalves Dias [1] “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá! As aves que aqui gorjeiam (em Portugal), não gorjeiam como lá (no Brasil)”

De então a esta parte dois projetos de Brasil se digladiam: o projeto capitalista, transplantado da Europa, e o projeto autóctone dos índios, posteriormente adotado por quilombolas, movimentos populares e pobres em geral. De um lado o projeto indígena – projeto Pindorama ou da “Terra Sem Males” que é a utopia guarani – de uma Economia eminentemente solidária, de absoluto respeito pela Pachamama ou Mãe Terra. Um projeto de partilha entre irmãos. Não é por acaso que os índios, até hoje, se dizem todos PARENTES.

De outro lado, o projeto capitalista dos arrivistas europeus, baseado na “auri sacra fames” (“sagrada fome de ouro” no dizer dos romanos), fome de lucros a qualquer preço, mesmo que seja à custa da destruição do meio-ambiente.

O deserto verde dos eucaliptais é o capítulo atual da sede de lucro, que já perdura por 508 anos. A sede de lucro do capitalismo em sua fase atual, denominada monetarista ou financeira, está exacerbada porque não lhe interessa absolutamente a produção de bens e serviços. Só lhe interessa acumular dinheiro. Os Padres da Igreja, no cristianismo primitivo, apelidavam o dinheiro de esterco do diabo (stercora diaboli)

Três dinossauros capitalistas internacionais se escondem por detrás desse atentado contra a natureza: a Votorantim, a Stora Enso e a Aracruz Celulose. Sepé Tiaraju [2] gritou sua indignação ética quando, qual animal ferido, berrou aos quatro ventos “Esta Terra tem dono! Ela nos foi dado por Deus e pelo arcanjo São Miguel! Somente eles nos podem deserdar!” Era a sua querida “TERRA SEM MALES” que queria garantir, contra o projeto da “TERRA DE TODOS OS MALES” que se lhe seguiu e que nos domina até hoje.

Quem é que não vê que o nosso governo estadual está totalmente a serviço do grande capital? Qual trator sedento da colheita de apoios por parte do grande capital, passa por cima de ecologistas e defensores da qualidade de vida para os rio-grandenses de hoje e do futuro. Em lugar de terra para índios e sem-terras, mais e mais desertos verdes. Será que no futuro vamos comer eucalipto?

José Bassegio – Isso é trágico porque um governo que não se preocupa com os povos mais atingidos na sua historia e ainda vem com esses projetos de agressão à natureza não traz esperança de futuro bom. Essas florestas um dia serão cortadas e como é que vamos recuperar isso? E se plantarem mais ainda vão destruir nosso meio ambiente. Esse governo está acabando com o grande potencial que o estado tinha em plantação de cereais e grãos. Um exemplo muito bom temos com o povo Guarani do Espírito Santo, que vivia na terra que foi tomada pela Aracruz. Quando o índios ganharam a terra de volta, ela estava cheia de tronco de eucalipto. Esse tipo de coisa leva anos para se recuperar. A nossa preocupação é essa: como fazer o enfrentamento? Nós temos uma forma de enfrentar com vários projetos. Se todo mundo começar a se preocupar com essa questão e plantar uma árvore, eu acredito que o mundo será muito melhor.

IHU On-Line – Como o povo da região das missões está vendo esse crescimento do deserto verde?

Antonio Cechin – Os índios, particularmente o povo guarani que conheço mais de perto, estão estarrecidos diante da agressão que o homem branco pratica contra a natureza, através da disseminação por todo o Estado de infindáveis matas de eucalipto, monocultura totalmente contrária à sua maneira de se relacionar com a mãe terra. A fauna e a flora do bioma pampa será fragilizado em grau máximo. Sofrem a fauna e a flora e acaba-se com a biodiversidade. Trata-se de matos silenciosos, sem pássaros a cantar e sem qualquer outro tipo de animal.

Os índios, em época anterior a Pedro Álvares Cabral, não conheciam o eucalipto que, como sabemos, é planta exótica vinda da Austrália. Dizem os entendidos que as três maiores multinacionais da celulose fizeram pesquisa em todos os continentes. Descobriram que não há melhor lugar no mundo para o plantio de eucalipto do que nosso pampa rio-grandense e uruguaio, ambiente até melhor do que o australiano, donde a espécie se origina, porque aqui cresce bem mais depressa

Os noticiários do Jornal Zero Hora fornecidos por uma caravana que nos últimos 20 dias percorreu o rio Jacuí, desde a nascente, em Passo Fundo, até a foz, em Porto Alegre, nos chamaram a atenção para o triste estado das águas e das margens. Quando a caravana chegou à altura do Município de Espumoso, depois de percorrer os 300 quilômetros que os separavam da nascente, tiveram a maior surpresa do mundo. A manchete daquele dia foi: “A descoberta do Paraíso Terrestre!”

Que céu era esse? Naquele lugar, uma população ribeirinha de 120 índios guarani, junto às corredeiras do Espumoso, numa felicidade sem par. Suas crianças cheias de vida e de alegria, divertindo-se nas cachoeiras. Pobres em suas choças de sapé, mas felizes em natureza preservada.

Até esse lugar paradisíaco a caravana não se cansara de fotografar águas poluídas com lixo por toda a parte. Brancos civilizados, porém da estirpe dos predadores, boquiabertos diante do paraíso guarani. Os índios remanescentes continuam, nos dias de hoje ainda, a serem esbulhados de suas terras e de sua cultura. Os “gaúchos” insistimos com a mentira de que o chimarrão, o fogo de chão, o churrasco, as boleadeiras, etc. são tradição gaúcha. Não conscientizamos que são valores da cultura guarani. Deles, dos Guarani, só sobraram mesmo os nomes geográficos porque estão na língua deles, e aí ninguém pode negar, tais como Jacuí (rio dos jacus), Caí (rio das matas), Taquari (rio das Taquaras), Guaíba (rio de todas as águas), Gravataí (rio dos gravatás), mas cadê os gravatás, os jacus, as matas, as taquaras? Isso a gente nunca se pergunta.

Se tivéssemos consciência da importância física e cultural desse povo autóctone, não o deixaríamos mendigando à beira de nossas estradas e centros urbanos. Devolveríamos ao menos algum pedaço de terra que dele roubamos.

José Bassegio – É com muita preocupação porque sabemos que o próprio zoneamento que foi feito pelo governo do estado não será, no futuro, respeitado. Ou o governo assume de fato os prejuízos ambientais que acontecerão através dessa expansão da silvicultura ou teremos mais um grande desastre ambiental no Rio Grande do Sul. Os povos indígenas eles não falam para nós de seus problemas, geralmente, mas vemos que a região de quem mora perto de grandes plantações de eucalipto e que, antigamente, tinha bastante água disponível, agora está secando. Eles enxergam isso com muito temor, o que nos faz querer lutar para que esses grandes projetos de silvicultura sejam banidos do nosso estado.

IHU On-Line – De que forma os povos Guarani estão lutando contra essa expansão?

Antonio Cechin – O sonho do paraíso terrestre continua vivo entre eles. O antropólogo jesuíta Bartolomeu Meliá [3] insiste em que a característica básica do povo guarani, hoje ainda, continua sendo a incansável busca da TERRA SEM MALES (Yvy marã ei).

A minha impressão pessoal é que o povo guarani, depois da emboscada e martírio de Sepé, e da chacina do Caiboaté, continua hoje na defensiva, porém não na inércia. Está num processo de acumulação de forças para quando sua hora chegar, tal como está acontecendo com os índios de países vizinhos: Bolívia, Equador, Venezuela e ultimamente Paraguai.

A África, sabemos, é e será sempre africana. Nossa América, há poucos anos ainda, pensávamos que não teria mais chances de ser Ameríndia. Ao ver o que está acontecendo no continente em nosso derredor, temos que mudar nossas pseudo-certezas.

José Bassegio – A grande luta do povo Guarani hoje é pela recuperação da terra. Muitos deles estão acampados em diferentes regiões do estado, como Torres, como a estrada que leva à Pelotas, como São Sepé, Pântano Grande, São Miguel das Missões. Então, eu acredito que precisamos convencer a sociedade não-índia de que eles têm uma grande dívida para com os povos indígenas.

IHU On-Line – Certa vez o senhor nos disse que “Sepé Tiaraju e o Povo Missioneiro além de serem declarados patrimônio da humanidade pela Unesco, também foram proclamados pelos luminares da Revolução Francesa como ‘o grande Triunfo da humanidade’”. O que podemos fazer, então, para conter mais essa herança imperialista sobre a nossa terra?

Antonio Cechin – No dia 7 de fevereiro do corrente ano, dia do martírio de São Sepé Tiaraju, estive no Caiboaté, na cidade de São Gabriel, juntamente com 47 bicicleteiros que recordaram a paixão, morte, ressurreição e subida aos céus do índio santo, que aconteceu no espaço que medeia Rio Pardo e São Gabriel. Nesse trecho de 250 quilômetros aconteceu a paixão, morte, ressurreição e subida aos céus do comandante Sepé e dos 1500 companheiros. Confesso que levei um choque ao ver que esse local, terra banhada por tanto sangue em prol de Pátria para todo um povo, foi comprado por uma das três papeleiras gigantes que citamos anteriormente. O lugar santo guarani, será em pouco tempo, um imenso eucaliptal.

È uma vergonha para nós rio-grandenses que tal sacrilégio esteja se consumando. Já não nos faz cócegas o “ATO FUNDANTE DA TERRA E DO POVO RIO-GRANDENSE”. José Roberto, meu grande amigo e que foi vice-prefeito de São Miguel das Missões, está com um livro pronto ao qual quer dar o título: “Pedido de perdão ao GRANDE TRIUNFO DA HUMANIDADE”. Só está esperando para o lançamento da obra, que eu lhe envie o prefácio.

O motivo da obra do amigo é a incúria e o descaso de nós, rio-grandenses, por essa epopéia magnífica das Missões Jesuíticas e do feito sem par de São Sepé e de seu povo guarani. O livro do amigo até me faz lembrar a cena evangélica em que o Mestre Jesus, em sua entrada triunfal na cidade de Jerusalém, é aclamado pela multidão que arranca galhos de árvore, tira suas túnicas estende o que tem ao alcance da mão para tapete ao longo do caminho em que Jesus, montado num jumento, vai passar.

Alguns fariseus cara-de-pau têm a coragem de achegar-se ao Mestre e pedir que ordene ao povo de se calar. Jesus responde: “Se o povo se calar, gritarão as pedras!”. Pois as Ruínas Missioneiras, proclamadas pela UNESCO patrimônio da Humanidade desde o ano de 1983, aí estão gritando “O GRANDE TRIUNFO DA HUMANIDADE” aos quatro cantos do universo. Será que nós moradores desse chão missioneiro continuaremos de ouvidos moucos? O que fazer face aos matos silenciosos?

Precisamos colocar o Rio Grande em pé para terçar todas as possíveis armas pacíficas contra mais esse atentado contra a natureza e contra os seres humanos porque, em lugar de alimentos em tempo de carestia, como já estamos vivendo, entulhar nossas terras com matas exóticas e anti-ecológicas.

IHU On-Line – O povo é muito ligado ao tradicionalismo, que prega um amor à terra e a luta por sua terra. Porque, então, não há uma grande manifestação sobre essa resolução do governo de liberar a plantação de eucaliptos em espaços no estado onde não é comum a apresentação de florestas?

Antonio Cechin – Não sei se o nosso povo está ligado ao tradicionalismo oficial que anda por aí. Parece-me que o tal gauchismo de CTG, pertence apenas a uma elite da sociedade mais achegada ao latifúndio que se implantou por estas bandas depois que acabaram com a “república comunista-cristã dos guaranis” no ano de 1756 e que foi muito bem retratada por Clóvis Lugon [4].

O “gaúcho a pé” dos movimentos populares, dos sem-terra, sem-moradia, sem-trabalho, sem saúde, todos os sem seus direitos básicos deitam suas raízes num tradicionalismo bem mais autêntico, índígena, guaranítico, missioneiro, quilombola, dos deserdados em geral, que encontram no LUNAR DE SEPÉ e na história do NEGRINHO DO PASTOREIO, suas perpétuas fontes de inspiração para sua militância.

Apenas uma interrogação: qual rio-grandense desses que acabamos de elencar tem condições de adquirir uma simples pilcha para praticar o “gauchismo de CTG”?

“Quem tem olhos para ver” na expressão contínua do Nazareno, notará que por dentro do “tradicionalismo inventado” está surgindo um novo tradicionalismo, verdadeiramente de raiz. As mulheres autênticas, politizadas, já aconteceram num feito sensacional em Barra do Ribeiro quando sinalizaram que deserto verde no Rio Grande NÃO MESMO! A esse ato que foi de repercussão internacional, vários outros se seguiram.

No atual momento, nossos briosos ecologistas, também de raiz rio-grandense, estão numa batalha jurídica contra as licenças concedidas fraudulentamente às papeleiras pelo governo estadual. Na linha do pensamento do imortal José Lutzemberger [5] “Temos que lutar sem dar tréguas aos inimigos da qualidade de vida em Gaia. Em questão de ecologia, as batalhas que perdermos, serão perdidas para todo o sempre!”.

IHU On-Line – As sociedades vão, algum dia, caminhar para a direção de Deus?

Antonio Cechin – Deus fez a pessoa humana, mulher e homem, à sua imagem e semelhança, segundo nos diz a Bíblia. Para saber se estamos caminhando em direção a Deus, só analisando se estamos caminhando em direção às pessoas humanas, particularmente as mais deserdadas, as mais excluídas.

Jesus de Nazaré nos sinalizou para a essência do PROJETO DE DEUS: “Estive com fome e me destes de comer; estive com sede e me destes de beber; estava nu e me vestistes; estava preso e me visitastes… porque tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos, foi a Mim que o fizestes”.

Assim como há pessoas e sociedades que caminham na contramão, há também pessoas e sociedades que caminham em direção a Deus, que é Caminho, Verdade e Vida. Os povos indígenas como pessoas e como sociedades, em meu modesto entender, inserem-se nessa última categoria. Depois de terem sido esbulhados, eles imitam o Crucificado em seus sofrimentos. Como Ele, estão sendo cuspidos, escarrados, coroados de espinhos, porém firmes à espera da ressurreição.

Fazemos nossos os versos do bispo-profeta Dom Pedro Casaldáliga [6] na Missa da Terra-Sem-Males: “América Ameríndia / ainda na Paixão: / um dia tua Morte / terá Ressurreição!”

Notas:

[1] Antônio Gonçalves Dias foi um poeta e teatrólogo brasileiro. Nascido no Maranhão, era filho de uma união não oficializada entre um comerciante português com uma mestiça cafuza brasileira (o que muito o orgulhava de ter o sangue das três raças formadoras do povo brasileiro: branca, indígena e negra). Entre suas obras, destacamos Canção do exílio, Seus olhos e I-Juca-Pirama.

[2] Sepé Tiaraju foi um índio guerreiro guarani, considerado um santo popular brasileiro e declarado “herói guarani missioneiro rio-grandense” pela Lei nº 12.366. Nascido em um dos aldeamentos jesuíticos dos Sete Povos das Missões, foi batizado com o nome cristão de Joseph. Bom combatente e estrategista, tornou-se líder das milícias indígenas que atuaram contra as tropas luso-brasileira e espanhola na chamada Guerra Guaranítica.

[3] Bartolomeu Melià é um jesuíta e antropólogo espanhol. Radicou-se no Paraguai em 1954, onde iniciou seus estudos da língua e da cultura Guarani. No Brasil desde 1977, alternou a investigação científica com o trabalho de indígenista primeiramente entre os Enawene-nawé do Mato Grosso do Sul. No Paraguai alternou seus trabalhos de campo entre os Guarani e suas investigações em etno-história e etno-linguística.

[4] Clóvis Lugon é um jesuíta e historiador suíço.

[5] José Antônio Lutzenberger foi um agrônomo e ecologista brasileiro que participou ativamente na luta pela conservação e preservação ambiental. Foi secretário-especial do Meio Ambiente da Presidência da República de 1990 a 1992. Em 1971, depois de treze anos como executivo da Basf, abandonou a carreira para denunciar o uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras do Rio Grande do Sul. A partir de então, se dedicou à natureza e defendeu o desenvolvimento sustentável na agricultura e no uso dos recursos não renováveis, alertando para os perigos do modelo de globalização em vigor. Participou da fundação da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN) – uma das entidades ambientalistas mais antigas do país – e criou a Fundação Gaia. Lutz, como era conhecido, escreveu diversos livros, dos quais um dos mais notáveis é Fim do futuro? – Manifesto Ecológico Brasileiro, de 1976. Leia mais na edição 18 da Revista IHU On-Line, intitulada Lutzenberger: uma vida em favor da natureza.

[6] Dom Pedro Casaldáliga nasceu em Balsareny, em 1928, na Espanha. Ingressou na Congregação Claretiana em 1943. Em 1968, mudou-se para a Amazônia e, em 1971, o Papa Paulo VI o nomeou bispo de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. Adepto da Teologia da Libertação, tem como lema “Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar”. É poeta, autor de várias obras.

(www.ecodebate.com.br) entrevista publicada pelo IHU On-line, 13/05/2008 [IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]

One thought on “A tragédia da silvicultura em terra Guarani. Entrevista especial com José Bassegio e Irmão Antonio Cechin

  • eu quero saber o que sobrou das missões após a guerra , na vida de Sepé Tiaraju!

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