Estudo estima a mortalidade por fuligem de carvão nos Estados Unidos
Estudo estima a mortalidade por fuligem de carvão nos Estados Unidos
Pesquisadores estimam que a poluição por fuligem de carvão foi responsável por 460.000 mortes nos Estados Unidos entre 1999 e 2020
Um novo estudo liderado por pesquisadores da Universidade George Mason, da Universidade do Texas em Austin e da Harvard T.H. Chan School of Public Health, nos Estados Unidos, mostrou que a exposição à poluição por fuligem de carvão (coal PM2.5) está associada a um risco de morte duas vezes maior que a exposição à poluição por PM2.5 de outras fontes.
O estudo, publicado na revista “Nature Climate Change”, analisou dados de Medicare e emissões de 1999 a 2020. Os pesquisadores descobriram que um aumento de 1 micrograma por metro cúbico (µg/m³) na concentração média anual de PM2.5 pelo carvão foi associado a um aumento de 1,12% no risco de morte por todas as causas. Esse risco é 2,1 vezes maior do que o risco associado a um aumento de 1 µg/m³ na concentração média anual de PM2.5 de outras fontes.
As partículas finas de poluentes atmosféricos, como a fuligem de carvão, podem penetrar profundamente nos pulmões e causar danos ao sistema respiratório. Elas também podem aumentar o risco de doenças cardíacas, derrame, diabetes e câncer.
Os pesquisadores estimam que a poluição por fuligem de carvão foi responsável por 460.000 mortes nos Estados Unidos entre 1999 e 2020. A maioria dessas mortes ocorreu entre 1999 e 2007, quando os níveis de PM2.5 pelo carvão estavam mais altos.
“Nossos resultados mostram que a poluição por fuligem de carvão é um sério problema de saúde pública”, disse o principal autor do estudo, Lucas Henneman, da Universidade George Mason. “Reduzir a poluição por fuligem de carvão é essencial para proteger a saúde da população.”
No Brasil, a poluição por fuligem de carvão é um problema importante, principalmente nas regiões Sudeste e Sul, onde há uma grande concentração de usinas termelétricas a carvão.
Em 2020, o Brasil emitiu 10,6 milhões de toneladas de fuligem de carvão, o que representa cerca de 1,5% das emissões globais.
O governo brasileiro tem adotado medidas para reduzir a poluição por fuligem de carvão, como a instalação de filtros nas usinas termelétricas e o incentivo à geração de energia renovável.
No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido para reduzir os riscos à saúde associados à poluição por fuligem de carvão no Brasil.
Referência:
Lucas Henneman, Christine Choirat, Irene Dedoussi, Francesca Dominici, Jessica Roberts, Corwin Zigler. Mortality risk from United States coal electricity generation. Science, 2023; 382 (6673): 941 DOI: 10.1126/science.adf4915
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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