E-book gratuito ensina a criar horta caseira
E-book gratuito ensina a criar horta caseira
“O que plantar e como cuidar das hortaliças”, ensina a como produzir alimentos saudáveis em casas e apartamentos, além de resgatar o contato com a terra.
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Estudos mostram que o consumo de frutas e hortaliças traz inúmeros benefícios à saúde, prevenindo doenças e promovendo o bem-estar das pessoas.
A nova edição da Casa Produtor Rural, que é um Centro de Atendimento da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP de Piracicaba, lançou a publicação O que plantar e como cuidar das hortaliças, que já está disponível para download gratuito no Portal de Livros Abertos da USP e ensina a como produzir alimentos saudáveis em casas e apartamentos, além de resgatar o contato com a terra.
A obra trata de temas como sustentabilidade, cultivo hidropônico, vasos autoirrigáveis e preparo de Bonsai de espécies frutíferas, além de trazer receitas caseiras com as plantas alimentícias não convencionais (PANCs), que estão sendo cada vez mais inseridas no cardápio dos brasileiros, pois são altamente nutritivas – e dicas de como reaproveitar talos e frutos como novas mudas.
O e-book mostra que é possível aproveitar espaços como corredores, varandas, sacadas e quintais. Além disso, orienta nas diferentes etapas, na escolha das hortaliças, época e tipo de plantio, incluindo dicas econômicas para combater as pragas. É um ponto de partida para quem não tem experiência com o plantio, mas deseja consumir alimentos fresquinhos, livre de agrotóxicos. Estão reunidos textos, tabelas e imagens, no formato de um guia. Para os autores, a expectativa é que essa publicação possa contribuir para o aprendizado e o sucesso no cuidado com as plantas.
Dicas sobre plantio
No texto de abertura “Como produzir hortas, pequenos frutos e plantas não convencionais em espaços pequenos”, de autoria de Marina Tessari, estão dicas valiosas: o local para o plantio deve possuir uma boa luminosidade, no mínimo cinco horas por dia de sol incidindo diretamente nas plantas. A água não deve encharcar ou deixar o solo seco.
As mudas recém-plantadas devem ser regadas diariamente, três vezes ao dia, em menor volume. À medida que as plantas se desenvolvem, irriga-se uma ou duas vezes ao dia, porém em quantidade maior de água – as plantas jovens são irrigadas uma vez ao dia e as adultas de três a quatro vezes por semana. O solo precisa de matéria orgânica em sua composição, adequada umidade, bom escoamento de água e importantes nutrientes para que as plantas cresçam.
Além disso, o texto sugere que sejam plantadas as hortaliças que possuem a parte aérea comestível e um ciclo de vida curto, como alface, chicória, almeirão, rúcula, espinafre, couve, coentro, cebolinha, salsa, alecrim, hortelã, manjericão, entre outras. E ainda, hortaliças como pimentão, tomate e pimentas. As raízes e os tubérculos, com exceção do rabanete, necessitam de canteiros mais profundos e apresentam, em sua grande maioria, um ciclo de desenvolvimento mais longo.
Já as plantas alimentícias não convencionais, conhecidas como PANCs, se caracterizam pela rusticidade e, segundo a autora, por possuírem partes ou porções que podem ser inseridas na alimentação humana, sendo elas exóticas, nativas, silvestres, espontâneas ou cultivadas. “As PANCs podem ser preparadas isoladamente ou utilizadas em pratos mais elaborados”, informa, acrescentando que seu principal benefício está na possibilidade de complementação alimentar, diversificação dos cardápios e na oferta de nutrientes.
Alguns exemplos de PANCs são: ora-pro-nóbis, bertalha, beldroega, begônia, taioba, jacatupé, dente-de-leão, vinagreira, peixinho, capeba, picão-branco, folhas de batata-doce, coração da bananeira, trapoeraba, cravo-de-defunto e major-gomes.
Os leitores também podem encontrar dicas de diversas árvores frutíferas que podem ser cultivadas em vasos, como jabuticaba, limão, laranja, laranja-kinkan, mexerica, acerola, romã, figo, mirtilo, pitanga, lichia, goiaba, morango e grumixama. “Devido ao espaço restrito, a planta tem seu crescimento e produção limitados. O ideal é que o vaso seja três vezes maior que torrão da planta, para que as raízes cresçam e se desenvolvam. A drenagem deve conter uma camada de argila expandida no fundo do vaso coberta com manta de bidim”, explica a autora.
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Como reaproveitar os alimentos
“Um dos principais desafios que enfrentamos diariamente é o desperdício de alimentos. Cerca de um terço de tudo o que é produzido no mundo é perdido e, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), estima-se que 17% do total de alimentos disponíveis aos consumidores vão para o lixo”, informa Regina Cacioli Pacheco em “Como reaproveitar e reproduzir os alimentos consumidos em casa”. Segundo ela, uma das maneiras de contribuir para a redução do desperdício é o aproveitamento de todos os componentes dos alimentos, ou ainda o reaproveitamento para a produção de novas mudas.
Por exemplo, para reutilizar os talos de alface, almeirão e chicória, é preciso escolher aquelas que contenham raízes, geralmente são aquelas cultivadas em sistemas hidropônicos. A autora indica: “corte um talo, com cerca de 4 centímetros acima das raízes, de modo a preservar as brotações das folhas e coloque-o em um local com substrato úmido e adubado, cuidando para que a superfície do talo fique em contato com o ar. Aguarde de 5 a 10 dias para as folhas crescerem e surgirem novas brotações para então deixar as mudas expostas ao sol”.
Ela também dá uma dica de fruta, a pitaya: “Para separar as sementes da polpa, coloque um pedaço da fruta em uma peneira e lave em água corrente. Faça a semeadura na sequência, em substrato ou terra umedecidos com o auxílio de um borrifador, enterrando as sementes levemente, a uma profundidade de 2 a 3 cm. Pode ser feita uma pequena ‘estufa’ para melhorar o ambiente e a germinação, com caixinhas de plástico como as de uvas, por exemplo. Após 5 dias, as plantas começam a germinar. Faça uma seleção das mudas mais fortes e vigorosas, separe-as e realize o transplante para um vaso definitivo”.
Para os autores, o objetivo desse guia é apresentar as diferentes possibilidades de produção e controle de hortas urbanas e alimentos caseiros. Segundo eles, “ter uma horta em casa é, realmente, um privilégio”.
Sobre a Casa do Produtor Rural
A Casa do Produtor Rural (CPR) atua na transferência do conhecimento agronômico à comunidade rural, de forma clara, dinâmica, objetiva e com enfoque no desenvolvimento dos agricultores familiares. As soluções apresentadas são embasadas nas pesquisas e nas práticas geradas na universidade. A CPR é parte integrante do Serviço de Cultura e Extensão Universitária (SVCEx), sob a responsabilidade da Comissão de Cultura e Extensão (CCEx) e tem a parceria institucional da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz – Fealq. Mais informações pelo e-mail cprural@usp.br ou pelo telefone (19) 3429-4178.
Para baixar gratuitamente a publicação O que plantar e como cuidar das hortaliças, clique aqui.
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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