A biodiversidade é necessária para o bem-estar humano
A biodiversidade é necessária para o bem-estar humano
Você já parou para pensar como as diferentes espécies de plantas e animais que habitam o nosso planeta afetam o nosso bem-estar?
Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Kent, no Reino Unido, revelou que a diversidade de espécies e seus traços funcionais são importantes para garantir a qualidade de vida das pessoas.
Por Henrique Cortez
O estudo, publicado na revista Nature Communications, analisou dados de mais de 26 mil espécies de plantas e animais em 80 países, e comparou com indicadores de bem-estar humano, como expectativa de vida, renda per capita e satisfação com a vida. Os resultados mostraram que países com maior diversidade de espécies e traços funcionais tendem a ter maior bem-estar humano, mesmo controlando outros fatores socioeconômicos.
Mas o que são traços funcionais? São as características das espécies que determinam como elas interagem com o ambiente e com outras espécies, como por exemplo, o tamanho do corpo, a dieta, o ciclo de vida, a tolerância à seca, etc. Esses traços influenciam nos serviços ecossistêmicos que as espécies fornecem, como a polinização, a purificação da água, a regulação do clima, etc.
Os pesquisadores explicam que a diversidade de espécies e traços funcionais contribui para o bem-estar humano de várias formas: aumentando a produtividade e a estabilidade dos ecossistemas, fornecendo mais opções e benefícios para as pessoas, e promovendo valores culturais e espirituais associados à natureza.
O estudo também alerta para os riscos da perda de biodiversidade causada pelas atividades humanas, como o desmatamento, a poluição, a invasão de espécies exóticas, etc. Segundo os autores, a redução da diversidade de espécies e traços funcionais pode comprometer o bem-estar humano no presente e no futuro, especialmente nas regiões mais pobres e vulneráveis do mundo.
Por isso, os pesquisadores defendem que as políticas públicas de conservação da biodiversidade devem levar em conta não apenas o número de espécies, mas também os seus traços funcionais e os seus benefícios para as pessoas. Assim, será possível garantir uma melhor qualidade de vida para todos os habitantes do planeta.
Henrique Cortez, jornalista e ambientalista, editor do Portal EcoDebate
Fonte: University of Kent
Referência:
Fisher, J.C., Dallimer, M., Irvine, K.N. et al. Human well-being responses to species’ traits. Nat Sustain (2023). https://doi.org/10.1038/s41893-023-01151-3
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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