Atualidades do Projeto Manuelzão da Faculdade de Medicina-UFMG
Atualidades do Projeto Manuelzão da Faculdade de Medicina-UFMG: diagnóstico interdisciplinar de ambiente e saúde em diferentes localidades do Rio das Velhas
É do estudo da relação do homem com o meio ambiente que nascem os subsídios de definição de estratégias de prevenção e controle de doenças e agravos
Vagner Luciano Coelho de Lima Andrade (1)
Qualidade total em saúde é uma proposta que enfoca a integração interdisciplinar entre os temas ambiente e saúde, a fim de constituir uma análise ambiental e de saúde atualizada, em uma determinada localidade que propicie um projeto de atos participativos, de cunho educacional, que cooperem para a alteração local.
Por meio da modificação do método filosófico compreensivo de cidadania (existência como direito) e de múltiplos direitos (meio ambiente e saúde), enquanto atos legalizados com respaldo ne CF/1988, para participação (direito como direto aplicado).
Envolveram e envolvem atualmente pequenas coligações comunitárias (Comitês de Bacia Hidrográfica), constituídas ou não, interessados na temática saúde, ambiente e cidadania. Neste contexto, capacitar o Comitê de Bacia Hidrográfica é necessário para que, frente ao diagnóstico das dificuldades locais de ambiente e saúde, se possam enxergar elos para transformar a realidade do lugar com obras de visão plena. Utilizada a Ação Participativa, por meio do Método de Pesquisa qualitativo designado, o Projeto Manuelzão da Faculdade de Medicina (UFMG) atua em diferentes localidades do Rio das Velhas. Sobre a temática saúde, ambiente e cidadania, a FIOCRUZ (2023) declara que:
Na Constituição Federal de 1988, assim como consta o direito universal e igualitário do cidadão à saúde, se estabelece o direito a um meio ambiente equilibrado, com condições de saneamento básico, moradia e água potável condizentes com uma vida digna e com a saúde socioambiental.
Ao passo que limites de orçamento impossibilitam o Estado de custear todos os direitos do cidadão a partir de políticas públicas e, por outro lado, a população avança em ações de forte impacto negativo sobre o ambiente, distorções deste equilíbrio são identificadas, fazendo do tema – que já alarma o mundo em diversos aspectos – também uma questão de saúde pública.
No Projeto Manuelzão da Faculdade de Medicina (UFMG) é estabelecido em conjunto com os Comitês de Bacia Hidrográfica, um percurso objetivo aplicável a pequenos grupos comunitários para buscar dados primários: elencar, reagrupar, atravessar e priorizar as dificuldades, problemas e particularidades das localidades. O Projeto piloto foi aplicado em 2003, nas comunidades da Bacia do Córrego Barreiro, Zona Sudoeste de Belo Horizonte, a Agentes Comunitárias de Saúde das Unidades de Saúde da Família dos Bairros Miramar e Urucuia.
O Comitê de Bacia Hidrográfica preparou propostas a serem expostas para a sociedade à qual se conectam, para agirem na correção dos problemas socioambientais pertinentes aos agravos à saúde propendendo alterar-se a realidade local com recursos competentes. Tendo este Projeto um estilo educacional ambiental e enérgico formando um método principiado, necessita ser atualizado, ininterrupto, consolidado transversalmente pelo empenho dos atores entrelaçados, depois de sua conscientização e absorção das sugestões de cidadania de fato. A FIOCRUZ (2023) afirma que:
A exposição a fatores ambientais e seu impacto sobre a saúde motivaram a Organização Mundial de Saúde, na década de 1990, a estimular a criação de organismos que tivessem na relação do meio ambiente com a saúde sua preocupação central. Sucessivas reuniões internacionais entre instituições de pesquisa proporcionaram o desenvolvimento de um marco teórico de análise da causalidade dos efeitos do meio ambiente sobre a saúde e hoje a intersetorialidade se apresenta como principal alternativa na elaboração de políticas públicas de saúde ambiental. É do estudo da relação do homem com o meio ambiente que nascem os subsídios de definição de estratégias de prevenção e controle de doenças e agravos.
Neste contexto, temas como sustentabilidade e saúde, economia verde e saúde, governança em saúde e meio ambiente para o desenvolvimento sustentável, presentes, por exemplo, no documento Saúde na Rio+20: Desenvolvimento Sustentável, Ambiente e Saúde, tornam-se recorrentes em fóruns de debate e trocas de conhecimento de diversos setores da sociedade, cada vez mais articulados para fazer valer a máxima já idealizada na Lei brasileira.
PARA SABER MAIS
https://pensesus.fiocruz.br/saude-e-ambiente
1 Educador e Mobilizador da Rede Ação Ambiental. Bacharel-licenciado em Geografia e Análise Ambiental (UNI-BH), Licenciado em História (UNICESUMAR) e especialista na área de Educação, Patrimônio e Paisagem Cultural (Filosofia da Arte e Educação, Metodologia de Ensino de História, Museografia e Patrimônio Cultural, Políticas Públicas Municipais). Licenciado em Ciências Biológicas (FIAR), Tecnólogo em Gestão Ambiental (UNICESUMAR) e especialista na área de Educação, Patrimônio e Paisagem Natural (Administração escolar, Orientação e Supervisão, Ecologia e Monitoramento Ambiental, Gestão e Educação Ambiental, Metodologia de Ensino de Ciências Biológicas). CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/3803389467894439
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in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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