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Notícia

Fórum Carajás denuncia empréstimo do IFC para o Grupo SLC

O IFC (International Finance Corporation), braço financeiro do Banco Mundial, emprestará US$40 milhões de reais para o grupo SLC, empresa que planta soja e algodão nos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia e Maranhão. O empréstimo se destina a compra de terras por parte da SLC em todo o Brasil.

O IFC se apresenta como uma instituição que “promove o investimento em projetos sustentáveis do setor privado em países em desenvolvimento, como uma maneira de reduzir a pobreza e melhorar as condições de vida de suas populações.” No caso do empréstimo do IFC à SLC o Fórum Carajás e as suas instituições parceiras se espantam com a falta de transparência do banco que em nenhum momento buscou diálogo com as organizações locais e regionais que atuam nas regiões do Maranhão onde provavelmente a empresa fará ofertas que são o Cerrado Sul-Maranhense e o Baixo Parnaíba.

Acaso o IFC providenciasse o mínimo de abertura com as organizações para informá-las a respeito do empréstimo seria bem informada que a SLC, pelo menos no Baixo Parnaíba, vem se destacando por inúmeras irregularidades na aquisição de mais onze mil hectares da fazenda Palmeira nos municípios de Buriti de Inácia Vaz e Mata Roma.

A propósito disso o Fórum Carajás teve acesso a documentos que comprovam que boa parte da propriedade da fazenda do grupo SLC está assentada em terra pública que foi grilada no ano de 2002 com as anuências do cartório do município de Buriti e do escritório regional do Ibama, então sob responsabilidade do Sr. Antônio Moisés, indicação do grupo Sarney.

Para comprovar a veracidade da denúncia na Gleba F foi autorizado o desmatamento de todos os seus 888 hectares de Cerrado sem previsão de reserva legal e sem a averbação em cartório da área do lote e da área de reserva legal. Outra denúncia diz respeito ao aterramento da nascente do riacho Estrela, tributário do rio Munim, conforme relatos de moradores da região próxima. E por fim, os moradores relatam a morte de trabalhadores que manuseavam agrotóxicos.

Aonde está a sustentabilidade apregoada pelo IFC? É necessário que o banco se informe melhor sobre o requerente e sobre as áreas onde eles atuam.

SECRETARIA-EXECUTIVA FÓRUM CARAJÁS