Partículas de poluição podem levar bebês a nascer com peso abaixo do normal
Estudo americano encontrou correlação entre particulados e estado de saúde de crianças. Outros tipos de poluentes parecem não ter peso; trabalho deve guiar políticas públicas. Luis Fernando Correia Especial para o G1, 06/05/2008 – 08h30.
Pesquisadores da Califórnia alertam que os efeitos causados pela poluição atmosférica atingem os bebês ainda no útero de suas mães.
Os principais componentes da poluição são o material particulado e os gases tóxicos.
O material particulado não tem um componente específico, sendo constituído, como o nome diz, por partículas muito pequenas, provenientes de indústrias, construção civil, queima de combustíveis e mesmo poeira em suspensão no ar. As partículas menores podem ser inaladas e atingir as regiões mais internas dos pulmões, levando a irritação e doenças.
São vários os chamados gases tóxicos, sendo que o monóxido de carbono (CO) tem papel importante na relação entre poluição e saúde.
Diâmetro
Segundo os médicos americanos, as partículas em suspensão com diâmetro menor do que 2,5 mm são capazes de influenciar as gestações em áreas afetadas por poluição atmosférica.
Após estudarem os registros de nascimentos no estado da Califórnia durante o ano de 2005 e cruzarem esses dados com os registros de poluição, ficou evidente que a poluição por material particulado aumenta os riscos de nascimento de bebês com baixo peso e diminuição de crescimento em relação à idade da gestação. Já os níveis de monóxido de carbono não mostraram relação com alterações do desenvolvimento dos fetos.
Como os países desenvolvidos e principalmente os países em desenvolvimento enfrentam níveis crescentes de poluição, resultados como os apresentados nesse trabalho devem servir de alerta para políticas de controle de poluição ambiental.
Luís Fernando Correia é médico e apresentador do “Saúde em Foco”, da CBN