Segundo Carlota, estudos sobre o ensino domiciliar têm mostrado que há um vetor religioso acerca das famílias que escolhem esse tipo de educação para os filhos, pois não querem que eles tenham contato com teorias educacionais consideradas ímpias. A professora considera isso grave e diz que é importante que as crianças aprendam conteúdos que possam contrariar os interesses dos pais, já que isso faz parte do aprendizado. Ela ainda afirma que é perigoso a família se colocar como a única instituição na vida de uma criança.
Outro ponto é o viés elitista do projeto enxergado por Carlota. Ela pondera sobre a probabilidade de um adolescente, o qual possui várias matérias no ensino médio, precisar de muitos profissionais de ensino para acompanhá-lo. “Isso vai exigir a contratação de professores particulares e, nesse sentido, apenas as famílias de renda alta é que poderão arcar com essa despesa. Me parece absolutamente injusto no que diz respeito à própria igualdade de condições.”
Um último aspecto apontado pela professora é o favorecimento da violência doméstica: “A escola percebe quando a criança vem machucada, traumatizada. Se a família controla o que acontece na escola, a escola também, em certa medida, controla o que acontece na família. São duas instituições que deverão continuar se complementando e se autorregulando”, exprime. Carlota finaliza opinando que o homeschooling tem potencial para atingir um grupo muito pequeno no Brasil e que a demanda não é razoável para justificar a aprovação do projeto.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 30/05/2022
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