Volta ao Acordo de Paris deve ser primeira medida de Biden na Casa Branca
Volta ao Acordo de Paris deve ser primeira medida de Biden na Casa Branca
Democrata reverte decisão de Donald Trump, já que republicano havia saído do pacto
O presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden vai reinserir o país no Acordo Climático de Paris, o pacto global firmado há cinco anos entre quase 200 nações para diminuir o impactos das mudanças climáticas.
A mudança acontecerá depois que o presidente Donald Trump, derrotado nas eleições deste ano, retirou formalmente o país do acordo. A medida foi comemorada pelos líderes mundiais, que entendem a ação de Biden como um recado em prol do respeito ao meio ambiente.
“Como os EUA têm uma das maiores economias do mundo e são os que mais contribuíram para a mudança climática, é extremamente importante que os EUA voltem ao acordo de Paris”, disse a cientista climática da Cornell University Natalie Mahowald, em entrevista à rede NBC.
O pacto de Paris está em todo e qualquer jornal online. É um acordo não vinculativo entre as nações para reduzir as emissões e manter o aumento das temperaturas globais bem abaixo de 2 graus Celsius, ou 3,6 graus Fahrenheit, em comparação com os níveis pré-industriais.
Segundo as autoridades climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas), o aquecimento a 2 graus Celsius pode desencadear uma crise alimentar internacional nos próximos anos, de acordo com um relatório de 2019 do painel científico da entidade. O consenso geral entre os cientistas é que as metas climáticas que os países estão tentando cumprir sob o acordo de Paris já não são suficientes.
A próxima rodada de negociações climáticas da ONU está marcada para ocorrer em Glasgow, Escócia, em novembro de 2021, quando os países devem apresentar novas e mais ambiciosas metas para 2030 – e todos os olhos estarão voltados para os EUA, agora comandado pelo democrata Joe Biden.
Assim que os EUA retornarem oficialmente ao acordo, o pacto exige que os países estabeleçam metas voluntárias para reduzir as emissões domésticas de poluentes e criem metas mais rígidas nos próximos anos. O acordo também implementou uma exigência obrigatória de que os países relatem com precisão seu progresso.
Durante a presidência de Barack Obama, os EUA prometeram reduzir as emissões entre 26% e 28% abaixo dos níveis de 2005 até 2025. O país não chegou nem perto de atingir essa meta, e o progresso praticamente parou durante a administração Trump, que desmantelou cerca de 70 importantes agências de regulamentação ambiental nos últimos quatro anos.
Os Estados Unidos são o segundo maior emissor mundial de gases de efeito estufa, atrás apenas da China, e são vistos como peça-chave no esforço global para reduzir os efeitos das mudanças climáticas.
Ao retornar ao acordo, os EUA provavelmente deverão fornecer uma meta climática atualizada a partir da meta do governo Obama e um plano concreto para reduzir as emissões domésticas do setor de energia.
De forma mais ampla, o país terá que reconstruir a confiança de outras nações no acordo, especialmente após o legado de Trump de negação das mudanças climáticas e sua retirada oficial do acordo.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 26/11/2020
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