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Ecossistemas estão perdendo a capacidade de armazenar carbono

 

gráfico das emissões projetadas dos maiores emissores de CO2

Mudanças climáticas devem se intensificar com a redução do armazenamento natural de carbono, alerta estudo

Um estudo recente da University of Strathclyde, no Reino Unido, trouxe um alerta urgente sobre o futuro do clima global: a capacidade dos ecossistemas naturais de armazenar carbono está diminuindo, o que pode acelerar significativamente as mudanças climáticas nas próximas décadas.

A pesquisa, divulgada em 2025, destaca como o declínio nos chamados “sumidouros de carbono” naturais, como florestas e oceanos, pode comprometer os esforços globais para controlar o aquecimento do planeta.

De acordo com o estudo, os sumidouros de carbono são fundamentais para equilibrar as emissões de gases de efeito estufa, absorvendo cerca de 50% do dióxido de carbono (CO₂) liberado na atmosfera pelas atividades humanas.

No entanto, o aumento das temperaturas globais, o desmatamento, a degradação de solos e a acidificação dos oceanos estão reduzindo a eficiência desses sistemas naturais.

Como resultado, uma quantidade maior de CO₂ está sendo retida na atmosfera, intensificando o efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global.

Os pesquisadores utilizaram modelos climáticos avançados e dados coletados ao longo de décadas para projetar como essa tendência se desenvolverá até o final do século.

Os resultados indicam que, se o ritmo atual de degradação ambiental continuar, a capacidade dos ecossistemas de absorver carbono pode cair em até 30% até 2100. Isso significaria um aumento adicional de 0,5°C a 1°C na temperatura média global, além do que já é esperado devido às emissões humanas.

O estudo também chama a atenção para o impacto desigual dessas mudanças. Regiões como a Amazônia, que atua como um dos maiores sumidouros de carbono do mundo, já estão enfrentando taxas alarmantes de desmatamento e degradação.

A perda desses ecossistemas não só reduz a capacidade de armazenamento de carbono, mas também ameaça a biodiversidade e os meios de subsistência de milhões de pessoas que dependem desses recursos naturais.

Diante desse cenário, os pesquisadores enfatizam a necessidade de ações urgentes e coordenadas em nível global. Entre as medidas propostas estão a restauração de ecossistemas degradados, a proteção de áreas florestais existentes e a redução drástica das emissões de gases de efeito estufa.

Além disso, o estudo sugere o investimento em tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CAC) como uma forma de compensar a perda de sumidouros naturais.

A pesquisa da University of Strathclyde serve como um alerta contundente: a janela de oportunidade para evitar os piores cenários das mudanças climáticas está se fechando rapidamente.

Sem uma ação imediata e decisiva, o mundo pode enfrentar consequências catastróficas, incluindo eventos climáticos extremos mais frequentes, elevação do nível do mar e perdas irreparáveis de ecossistemas e biodiversidade.

Enquanto líderes globais se preparam para as próximas negociações climáticas, estudos como esse reforçam a importância de basear políticas públicas em evidências científicas robustas.

Referência:

Curran, J.C. and Curran, S.A. (2025), Natural sequestration of carbon dioxide is in decline: climate change will accelerate. Weather, 80: 85-87. https://doi.org/10.1002/wea.7668

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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