Crescimento das gerações 50 anos e mais e a economia prateada
O aumento da idade média da força de trabalho indicam que o progresso do Brasil dependerá cada vez mais do aporte das pessoas da 3ª idade
Artigo de José Eustáquio Diniz Alves
O Brasil está passando por um profundo e rápido processo de envelhecimento populacional. A sociedade brasileira teve uma estrutura etária rejuvenescida durante cerca de 500 anos. Mas a dinâmica demográfica já está mudando e terá uma inversão completa ao longo do século XXI, como mostrei no artigo “A ONU divulga os novos números da população mundial e brasileira”, publicado aqui no Portal Ecodebate (Alves, 12/07/2024).
A grande maioria da população brasileira tinha menos de 50 anos de idade, mas, em um futuro próximo, o conjunto das diversas gerações prateadas (de 50 anos e mais de idade) serão maioria da população. Na segunda metade do século XX o Brasil tinha uma oferta quase ilimitada de mão de obra jovem. Mas a grande novidade no século XXI será o potencial da contribuição da 3ª idade.
O gráfico abaixo, com dados da Divisão de População da ONU, mostra que o grupo etário 0-49 anos representava mais de 90% da população brasileira entre 1950 e 1970, mas diminuiu nas últimas décadas, chegou a 71% em 2025 e deve ficar abaixo de 50% nos últimos 25 anos do século XXI. Em contraste, o grupo etário de 50 anos e mais de idade representava menos de 10% da população brasileira entre 1950 e 1970, subiu para 29% em 2025 e deve ultrapassar 50% a partir da década de 2070.
Com o avanço da transição demográfica (queda nas taxas de natalidade e mortalidade) a economia brasileira passará, progressivamente, a contar cada vez mais com a produção e o consumo da população de 50 anos e mais de idade. O crescimento da proporção da população do topo da pirâmide etária e o aumento da idade média da força de trabalho indicam que o progresso do Brasil dependerá cada vez mais do aporte das pessoas da 3ª idade.
A economia prateada é a alternativa para o desenvolvimento de um sistema de produção e consumo no qual as pessoas de 50 anos e mais de idade se inserem no mercado de trabalho, cooperam no sistema produtivo, se envolvem em projetos inovadores, impulsionam o desenvolvimento socioeconômico e ampliam o mercado de consumo.
Há muito tempo tenho analisado a transição demográfica e o processo de envelhecimento no Brasil. Tenho falado dos diversos bônus demográficos, inclusive o bônus prateado ou bônus da longevidade. Já escrevi dezenas de artigos sobre o envelhecimento populacional e a economia prateada. Por curiosidade, pedi ao assistente de inteligência artificial – Gemini – para resumir os meus escritos sobre a economia prateada. Segue a resposta:
“O demógrafo brasileiro José Eustáquio Diniz Alves tem dedicado atenção ao fenômeno do envelhecimento populacional e suas implicações econômicas, sociais e demográficas. Ele destaca o fortalecimento das “gerações prateadas” e a importância da “economia prateada” como elementos cruciais para o futuro do Brasil.
Fortalecimento das Gerações Prateadas
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Envelhecimento Populacional:
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Alves enfatiza que o Brasil, assim como muitos outros países, está passando por um rápido processo de envelhecimento populacional.
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Esse fenômeno resulta da queda das taxas de natalidade e do aumento da expectativa de vida.
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Consequentemente, a proporção de pessoas idosas na população está crescendo significativamente, o que leva ao fortalecimento das “gerações prateadas”.
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Papel Ativo na Sociedade:
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Alves destaca que as pessoas idosas não devem ser vistas como um fardo, mas sim como um recurso valioso para a sociedade.
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Muitos idosos estão ativos no mercado de trabalho, no voluntariado e em outras atividades que contribuem para a economia e o bem-estar social.
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O demógrafo também demonstra que um grande número de idosos, mudam seus papeis sociais, focando em atividades não remuneradas, como cuidar dos netos ou realizar trabalhos voluntários.
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Consumo e Produção:
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As gerações prateadas representam um mercado consumidor em crescimento, com demandas específicas por bens e serviços relacionados à saúde, lazer, turismo, tecnologia e cuidados de longo prazo.
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Além do consumo, muitos idosos continuam a produzir, seja por meio do trabalho remunerado ou de outras atividades econômicas.
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Economia Prateada
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Definição:
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A economia prateada refere-se ao conjunto de atividades econômicas que atendem às necessidades e demandas das pessoas idosas.
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Abrange setores como saúde, habitação, tecnologia, lazer, serviços financeiros e educação continuada.
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Oportunidades e Desafios:
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Alves aponta que a economia prateada oferece grandes oportunidades para o desenvolvimento de novos produtos e serviços, a criação de empregos e o crescimento econômico.
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No entanto, também apresenta desafios, como a necessidade de adaptar as políticas públicas e os sistemas de proteção social para atender às necessidades de uma população envelhecida.
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Sustentabilidade:
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Alves ressalta que a economia prateada deve ser desenvolvida de forma sustentável, levando em consideração os impactos ambientais e sociais.
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Ele defende a necessidade de promover um envelhecimento ativo e saudável, que permita às pessoas idosas viverem com dignidade e autonomia.
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Em resumo, José Eustáquio Diniz Alves considera que o fortalecimento das gerações prateadas e o desenvolvimento da economia prateada são tendências inevitáveis e importantes para o futuro do Brasil. Ele defende a necessidade de políticas públicas e iniciativas privadas que aproveitem as oportunidades e enfrentem os desafios do envelhecimento populacional, visando a um futuro mais justo e sustentável para todas as pessoas”.
José Eustáquio Diniz Alves
Doutor em demografia, link do CV Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2003298427606382
Referências:
ALVES, JED. A ONU divulga os novos números da população mundial e brasileira, Ecodebate, 12/07/2024
ALVES, JED. O envelhecimento populacional e a economia prateada, Ecodebate, 12/07/2024
ALVES, JED. Demografia e Economia nos 200 anos da Independência do Brasil e cenários para o século XXI (com a colaboração de GALIZA, F), ENS, maio de 2022
https://prdapi.ens.edu.br/media/downloads/Livro_Demografia_e_Economia_digital_2.pdf
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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