Emergência climática: Derretimento de geleiras está acelerando
Um novo estudo da Universidade de Zurique revela que a perda de geleiras ao redor do mundo tem ocorrido em ritmo alarmante, com impactos significativos para o meio ambiente e a sociedade, fazendo com que o nível global do mar suba a taxas cada vez maiores.
Desde 2000, as geleiras vêm perdendo 273 bilhões de toneladas de gelo anualmente.
A pesquisa, publicada recentemente, destaca que as geleiras perderam uma quantidade recorde de massa nos últimos anos, impulsionadas pelo aquecimento global e pelo aumento das temperaturas médias globais.
Segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, a taxa de derretimento das geleiras está superando as previsões anteriores, o que representa um sinal preocupante para a crise climática.
As geleiras não são apenas reservatórios naturais de água doce, mas também desempenham um papel crucial na regulação dos ecossistemas, no fornecimento de água para milhões de pessoas e na estabilidade geopolítica de diversas regiões.
O desaparecimento acelerado desses corpos de gelo pode gerar impactos severos, como o aumento do nível do mar, mudanças nos padrões de precipitação e escassez hídrica em áreas que dependem do degelo para o abastecimento de rios e reservatórios.
O estudo utilizou imagens de satélite de alta resolução para monitorar a evolução das geleiras ao longo das últimas décadas. Os dados revelam que, mesmo em regiões onde tradicionalmente as geleiras eram mais estáveis, a perda de massa glacial tem sido expressiva.
De 2000 a 2023, a perda de massa global das geleiras totalizou 6.542 bilhões de toneladas métricas. Essa perda contribuiu com 18 mm para o aumento global do nível do mar a uma taxa anual de 273 bilhões de toneladas métricas ou 0,75 milímetros por ano.
Com isso, as geleiras são atualmente o segundo maior contribuinte para o aumento global do nível do mar, após o aquecimento do oceano e antes das contribuições do manto de gelo da Groenlândia, mudanças no armazenamento de água terrestre e na camada de gelo da Antártida.
Especialistas alertam que, se as emissões de gases de efeito estufa não forem drasticamente reduzidas, muitas geleiras podem desaparecer completamente até o final do século, comprometendo não apenas a biodiversidade, mas também a segurança alimentar e a economia de diversas nações.
Os pesquisadores reforçam a necessidade de ações urgentes para mitigar os efeitos do aquecimento global. A transição para fontes de energia renováveis, a redução do consumo de combustíveis fósseis e a implementação de políticas públicas voltadas para a proteção climática são medidas fundamentais para desacelerar o derretimento das geleiras.
Além disso, a adaptação das comunidades e a gestão dos recursos hídricos precisarão ser priorizadas para enfrentar os desafios que a perda dessas massas de gelo já está impondo ao mundo.
O estudo reforça a crescente evidência científica de que o planeta está vivenciando transformações profundas devido às mudanças climáticas.
O colapso das geleiras é mais um indicativo da urgência de ações concretas para evitar consequências irreversíveis para a humanidade e o meio ambiente.
Mudanças globais de massa glacial de 2000 a 2023.
Mudanças em massa de geleiras regionais e globais de 2000 a 2023 como perda percentual (fatia vermelha no gráfico de pizza) com base na massa de geleira em 2000 (tamanho do gráfico de pizza). As listras coloridas sob cada gráfico de pizza representam mudanças anuais de massa específica (em equivalente de água de metro) para nossa estimativa combinada (indicada com um asterisco), juntamente com resultados combinados de DEM diferentes observações e glaciológicas (Dg), altilar (A) e gravimetria (G).
Referência:
The GlaMBIE Team. Community estimate of global glacier mass changes from 2000 to 2023. Nature (2025). https://doi.org/10.1038/s41586-024-08545-z
in EcoDebate, ISSN 2446-9394
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