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Energia renovável é mais eficaz e barata que captura de CO2

aquecimento global e emissões de co2 nos últimos 2023 anos

Estudo revela que energias renováveis são mais eficazes e baratas que a captura de carbono na redução de emissões e impactos ambientais.

Um estudo recente da Universidade de Stanford levanta uma questão essencial para as estratégias de mitigação das mudanças climáticas: vale mais a pena investir em tecnologias de captura de carbono ou acelerar a transição para energias renováveis?

Segundo os pesquisadores, a resposta é clara: investir em fontes limpas como solar e eólica é não apenas mais eficaz na redução de emissões, mas também significativamente mais barato e benéfico para a saúde pública.

O alto custo da captura de carbono

A captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês) tem sido promovida como uma solução tecnológica para reduzir a quantidade de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera, seja removendo diretamente do ar (DAC) ou capturando emissões de fontes industriais. Contudo, o estudo da Universidade de Stanford aponta que essas tecnologias apresentam custos extremamente elevados em comparação com a expansão de fontes renováveis de energia.

O levantamento revela que, para cada tonelada de CO₂ removida via captura de carbono, os custos podem ser até dez vezes maiores do que simplesmente substituir combustíveis fósseis por energia solar ou eólica. Além disso, a implementação em larga escala do CCS exigiria um consumo energético significativo, o que pode comprometer sua viabilidade e eficácia ambiental.

Impactos na saúde pública e meio ambiente

Outro ponto crucial abordado pelos pesquisadores é que, ao priorizar a captura de carbono sem reduzir drasticamente a queima de combustíveis fósseis, a poluição do ar continuará sendo um problema grave. Poluentes como material particulado e óxidos de nitrogênio (NOx) estão diretamente ligados a doenças respiratórias e cardiovasculares, resultando em milhões de mortes prematuras anualmente.

Em contraste, a adoção de energias renováveis reduz simultaneamente as emissões de CO₂ e a poluição atmosférica, trazendo benefícios diretos para a saúde pública e diminuindo os custos associados a tratamentos médicos e perda de produtividade.

Oportunidade perdida

O conceito de “custo de oportunidade” é central no estudo de Stanford. Cada dólar investido na captura de carbono é um dólar que deixa de ser utilizado na expansão da infraestrutura renovável, que poderia proporcionar reduções de emissões mais rápidas e eficazes.

Ao direcionar esforços para o CCS em detrimento das energias renováveis, governos e empresas podem estar retardando a transição energética e perpetuando a dependência de combustíveis fósseis. Em vez disso, os pesquisadores sugerem que o foco deve ser a eletrificação da economia e a descarbonização do setor energético, garantindo que as emissões sejam evitadas desde o início, ao invés de removidas posteriormente.

Síntese

A pesquisa da Universidade de Stanford reforça que a mitigação das mudanças climáticas exige escolhas estratégicas. Embora a captura de carbono possa ter um papel complementar, apostar nela como solução principal pode representar um desvio custoso e ineficiente de recursos. O caminho mais econômico e sustentável para um futuro de baixas emissões passa, inevitavelmente, pelo investimento em fontes renováveis e na eliminação progressiva dos combustíveis fósseis.

Se o objetivo é reduzir emissões, preservar vidas e minimizar custos, a mensagem do estudo é clara: energias renováveis devem ser a prioridade absoluta.

 

Referência:

Energy, Health, and Climate Costs of Carbon-Capture and Direct-Air-Capture versus 100%-Wind-Water-Solar Climate Policies in 149 Countries
Mark Z. Jacobson, Danning Fu, Daniel J. Sambor, and Andreas Mühlbauer
Environmental Science & Technology 2025 59 (6), 3034-3045
DOI: 10.1021/acs.est.4c10686

 

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

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